O Canal Viva acertou em cheio com a reprise de "Alma Gêmea", que está em plena reta final. Escrita por Walcyr Carrasco, a história foi uma das melhores novelas do autor e um dos maiores fenômenos de audiência do horário das seis. A trama chegou a marcar impressionantes 53 pontos, com picos de 56, no último capítulo, índice inimaginável na época, e impossível de ser alcançado hoje em dia até mesmo em uma novela de horário nobre. A história de época que tinha a reencarnação como tema central conquistou o público e foi um grande sucesso.
Vinte anos se passam, e aquela criança, que nasceu em uma aldeia indígena, vira uma bela mulher. Já Rafael segue amargurado com a vida e infeliz sem Luna ----- apesar de ser constantemente cortejado por Cristina (Flávia Alessandra) ----- e se fecha em seu mundo de sofrimento e solidão, mesmo tendo um filho (Felipe - Sidney Sampaio) com sua falecida mulher.
O mocinho só volta a ter brilho nos olhos quando encontra Serena, que chega a São Paulo em busca de explicações para as visões que tem de uma rosa branca.
A bela história conduziu a novela, que tinha uma das melhores duplas de vilãs da teledramaturgia: Cristina e Débora. Flávia Alessandra e Ana Lucia Torre brilharam absolutas interpretando mãe e filha diabólicas que faziam de tudo para afastar Serena de Rafael. A sintonia cênica das atrizes transbordava na tela. A dupla não realizaria nem metade de suas maldades caso a novela fosse exibida atualmente, inclusive no horário das 21h. Foram muitas cenas fortes e todas brilhantemente interpretadas.
Pode-se afirmar, sem exagero, que Cristina e Débora foram os melhores papéis de Flávia Alessandra e Ana Lucia Torre em suas respectivas carreiras. Mas além delas, muitos outros atores se destacaram. Aliás, o elenco era grandioso. Eduardo Moscovis fez um grande protagonista e emocionou com seu Rafael. Foram várias cenas que exigiram uma intensa carga dramática. Vale lembrar que cinco anos antes o intérprete já tinha honrado outro protagonismo em "O Cravo e a Rosa", do mesmo autor, onde deu um show na pele do impagável Julião Petruchio.
Elizabeth Savalla, em mais uma parceria com Walcyr Carrasco, interpretou com maestria a elegante, cética e amargurada Agnes, que demorou meses para acreditar que Serena era a reencarnação de sua filha Luna. Walderez de Barros emocionou com sua Adelaide e fez um belo par com Umberto Magnani (Elias, seu amor do passado). Drica Moraes e Malvino Salvador fizeram o melhor casal da trama e divertiram interpretando os impulsivos Olívia, uma perua falida, e Vitório, um cozinheiro de pavio curto. O clássico jogo de gato e rato que nunca falha na teledramaturgia. O 'Cozinheiro' e a 'Vespa' caíram nas graças do público.
O núcleo cômico dos caipiras foi um show à parte. Fernanda Souza virou um dos grandes destaques com sua encalhada Mirna, enquanto que Emilio Orciollo Neto divertiu com seu ciumento Crispim, cujo bordão "Ô MIIIIIIIIIIIRNAAAAAA" caiu na boca do povo. O veterano Emiliano Queiroz (Tio Bernardo) completava o trio e engrandecia a história. Outra peculiaridade desta trama era a atitude tomada por Crispim para defender sua irmã que vivia atrás de um marido: jogar todos os pretendentes em um chiqueiro. O número de vítimas enlameadas foi incalculável. Ainda tinha a pata Doralice, companheira da solteirona, honrando a 'cota animal' presente em toda novela do autor.
A Pensão da Divina (Neusa Maria Faro, em seu melhor papel da carreira) era mais uma qualidade da novela. Também responsável pela comicidade da história, a casa abrigava um bando de gente, onde um falava em cima do outro o tempo todo (muito antes da ótima Família Tufão, de "Avenida Brasil"), cujo principal 'conflito' era a tradicional guerra entre genro e sogra. Fúlvio Stefanini (Osvaldo), a saudosa Nicette Bruno (Ofélia) e Neusa formaram uma trinca perfeita e o bordão de Divina foi outro sucesso da trama: "Osvaaaaaldo, não fale assim com a mamãe". Além deles, vale destacar também Fernanda Machado (Dalila, filha de Osvaldo e Divina, irmã de Vitório), Andrea Avancini (Terezinha), Lady Francisco (Generosa), Mariah da Penha (Clarice) e Ronnie Marruda (Abílio), que também faziam parte do núcleo. Aliás, a trama de Dalila era uma das melhores da novela. Enganada pelo vilão Raul (Luigi Baricelli), a personagem ambiciosa teve um bonito arco de redenção graças ao romance com Roberval (Rodrigo Phavanello), que sempre a amou e aguentou as patadas até ter seu amor correspondido. O atrapalhado barbeiro ainda enricou e salvou a pensão da família. Também vale citar a divertida volta do 'falecido' (saudoso Ankito), que expôs o passado nebuloso de Ofélia.
A trama envolvendo Alexandra (Nivea Stelmann) também foi atrativa. A personagem era tratada como louca, mas na verdade ouvia espíritos e não sabia lidar com isso. Rosane Gofman interpretava muito bem a enfermeira Nair, que cuidava da mulher, cujos surtos assustavam. Seu casamento com o médico Eduardo (Angelo Antônio) passou por muitos tormentos. Citando mais alguns atores e personagens que se destacaram, estão o marginal Guto (Alexandre Barillari), o mordomo Eurico (Ernesto Piccolo), a empregada Zulmira (Carla Daniel), o motorista Ciro (Michel Bercovitch), a sedutora Kátia (Rita Guedes), o Dr. Julian (Felipe Camargo), o sapeca Carlito (Renan Ribeiro), o menino de rua Terê (David Lucas) e a irmã de Rafael, Vera (Bia Seidl).
A reta final da trama foi repleta de cenas marcantes, incluindo a morte de Débora, que se intoxicou com o próprio veneno, cujo objetivo era matar Rafael antes de ter os copos trocados pelo mordomo. A fala da vilã ("Ah, finalmente os refrescos") virou um meme que até hoje é lembrado. A morte de Cristina, sendo levada pelo diabo para dentro do espelho, enquanto a mansão pegava fogo, foi outro grande momento. E, claro, o final do casal protagonista, que faleceu, indo curtir a paz e a felicidade em outro plano, longe de toda a cobiça que os cercava, fechou a história com chave de ouro, que após uma passagem de tempo de 15 anos, reuniu os personagens que continuaram vivos para o lançamento de um livro (escrito por Terê) contando a bela história de amor de um menino chamado Rafael com uma menina chamada Serena. Vale ressaltar que Walcyr sempre soube o desfecho de seu enredo. Ficou claro durante toda a trama que os mocinhos morreriam. Isso porque a morte de Rafael estava traçada durante o assalto, mas Luna colocou seu corpo na frente e alterou o destino. Serena reencarnou com um problema cardíaco e sua missão era partir novamente, mas desta vez ao lado de seu amor. Os dois fizeram a passagem juntos.
Com 227 capítulos (a trama foi esticada devido ao êxito na audiência), "Alma Gêmea" foi um imenso sucesso de Walcyr Carrasco. O êxito na audiência se repetiu quando foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2010 e mais uma vez o público prestigiou no Canal Viva a história de época que mesclou drama, comédia, reencarnação e espiritismo com muita competência.
Estou revendo e amando tudo novamente!
ResponderExcluirSergio não sei se estou pedindo demais mas um dia você poderia escrever um texto sobre A Padroeira, queria saber sua opinião sobre ela com detalhes, a única novela das seis do Walcry que ainda não ganhou um texto seu
ResponderExcluirEu tambem, anonimo.
ResponderExcluirNossa, André, é mesmo... Não sei se farei pq achei uma das piores novelas dele, mas pensarei na sugestão. Obrigado. =)
ResponderExcluirEssa novela é um amor, doce e cenas engraçadas! abração, lindo fds! chica
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Eu assisto Pão Pão beijo Beijo no VIVA. Então sempre assisto os trechos finais de Alma Gêmea. Não sou muito fã da atriz Flavia Alessandra, mas é o melhor trabalho dela na televisão. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirOi, Sérgio!
ResponderExcluirBom fim de semana para vc, também.
Beijos.
Pela revisão deve ser muito interessante.
ResponderExcluirAbraços e bom fim de semana
Bom conhecer mais um cantinho. Um abraço
ResponderExcluirUma novela encantadora, Sérgio, razão do sucesso no Viva. Abraço.
ResponderExcluirChegeui a ver pessoas pedindo a reprise dessa novela em redes sociais. Então não me surpreende que ela esteja sendo muito vista novamente, rsrs.
ResponderExcluirBeijão, boa noite e bom domingo!
Um clássico de ouro da teledramaturgia brasileira. Já pensou quando for re-reprisada na Globo na faixa vespertina que sucede o "Jornal Hoje"?
ResponderExcluirGuilherme
Alma gêmea, vale apena vê de novo!
ResponderExcluirFeliz semana, Sérgio!
Um abraço
Algumas dessas caras já vi em novelas muito boas por cá.
ResponderExcluirBoa semana!
Adoro esta novela, estou revendo agora,
ResponderExcluirantes no canal Viva e agora na Globoplay.
Drama e comédia ao mesmo tempo.
Boa semana!
Beijos nas bochechas!
😘🌼
Queria muito que o Walcyr fizesse uma espécie de continuação de Alma gêmea nos tempos atuais. Mostrando a reencarnação dos personagens nos dias atuais seria bem interessante
ResponderExcluirFico impressionada como o Walcyr acerta a mão especialmente nas novelas das seis: O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta, Eta Mundo Bom, etc.
ResponderExcluirbig beijos
www.luluonthesky.com
E mesmo assim tem doido dizendo que a reprise do VIVA fracassou
ResponderExcluirÉ mesmo, Chica.
ResponderExcluirOk, Fabio. Abçs.
ResponderExcluirBjs, Ceu.
ResponderExcluirÉ sim, Maria.
ResponderExcluirBem vinda, Nal.
ResponderExcluirVdd, Marilene.
ResponderExcluirBjs, Marly. O pessoal pedia muito mesmo.
ResponderExcluirAcredito que ano que vem, Guilherme.
ResponderExcluirVale, Fatyma!
ResponderExcluirQue bom, Fá.
ResponderExcluirÉ isso, Ane!
ResponderExcluirSeria mesmo, anonimo.
ResponderExcluirSem duvida, Lulu!
ResponderExcluirTem, anonimo?
ResponderExcluirSérgio, há uma matéria do site TV História (para o qual você também escreve) sugerindo que, após essa terceira reprise de "Chocolate Com Pimenta" (2003) na Globo, venha outro folhetim de Walcyr Carrasco na faixa que sucede o Jornal Hoje, mais especificamente "Caras & Bocas" (2009)? E olhe que a matéria dizia que, até então, essa faixa seria destinada exclusivamente para reprises de novelas das 18h15min...
ResponderExcluirGuilherme