Tudo sobre a coletiva online de "Gil na Califórnia", novo documentário da Globoplay

 A Globo promoveu nesta quarta-feira, dia 8, a coletiva online sobre "Gil na Califórnia", novo documentário da Globoplay, serviço de streaming da emissora. O amado ex-BBB Gilberto esteve presente, assim como as duas diretoras da produção: Patrícia Cupello (que também dirigiu os documentários de Juliette e Karol Conká) e Patrícia Carvalho (direção geral). Fui um dos convidados e conto mais detalhes sobre o divertido bate-papo.

"A história do Gil é muito bonita de ser contada. Ele tem 4 pilares: família, educação, religião e sexualidade. Nosso documentário não poderia ser diferente, é baseado nesses pilares. Trabalhamos com essas reflexões. A gente dá um mergulho na vida do Gil. A cada lugar que o Gil conhece ele tem uma reflexão e isso ajuda a mergulhar na vida dele. A gente conhece mais a vida desse menino pobre e nordestino. A educação salvou o Gil e é uma forma muito bonita de contar isso. Temos uma parte gravada no Brasil e uma grande parte na Califórnia. O que vocês vão sentir no documentário é aquele 'pré' antes dele chegar na universidade. Ele conhecendo uma nova cultura, uma nova realidade. A felicidade dele de estar realizando aquele sonho. Lá tivemos uma equipe local que captou e aqui foi umas direção severa", contou a diretora Patrícia Cupello.

"Eu to bem emocionado, ansioso e animado com o documentário. Coração a 200 por hora. O Big Brother Brasil resume os primeiros metros quadrados. Muitas vezes não conseguia me abrir tanto para as pessoas não me verem como vítima. Quando eu chego nos Estados Unidos e me deparo com dificuldades de um mundo que é novo e de uma realidade que é nova, vocês vão ver mais da realidade da minha história, da minha família.

Porque é diferente quando você fala e quando você vê. Eu tenho um sonho realizado e vocês vão poder ver. Conhecer de fato a liberdade, ser quem eu sou, eu nem sabia que isso existia. Tive acesso ao primeiro episódio e chorei horrores. Não vou ter nunca palavras para agradecer tanto por terem registrado isso. Sou grato a Globoplay por ter esse momento tão marcante registrado. É uma versão minha misturado com algo que nunca imaginei ver", contou um animado Gil, que faz pós-doutorado em economia. 

"Através dos locais que a gente visita a gente vai conhecer o Gil. A ponte de São Francisco, a Golden Gate, nós usamos para falar da profissão dele. Um grande mérito desse documentário é a história de vida dele que foi transformada pela educação. Não é porque ele é um ex-BBB. Não foi feito por ele ser um ex-BBB. Foi pela vida dessa pessoa. Acho que vocês vão gostar muito", contou Patrícia Carvalho.

Sobre a recepção dos colegas na Califórnia, Gilberto não escondeu: "Alguns alunos me recepcionaram com alguma repulsa por causa daquilo de ser famoso. Teve uma resistência para quebrar essa barreira. Quem já veio do lixo não vai perder para basculho. Essa frase vou levar sempre. Não tem melhor ou pior. Meu último mês foi bem um regozijo. Se você comprar cerveja, você vira o melhor amigo deles. O idioma não foi o maior empecilho. Não tenho vergonha na cara. Mas foi a comunicação. No Brasil, falar 'Eu gosto muito de você' é algo comum. Já em inglês o 'I like you' tem muito peso. Eu via um macho e falava isso. Aí os machos ficavam todos assustados. E vieram falar: 'mas você se apaixonou por todos?' Em nenhum momento tive intenção em flertar com tudo. Aí isso me deixou com mais receio de ofender alguém ou gerar desconforto", confessou Gil aos risos. 

O ex-BBB ainda complementou sobre o que Gilberto de 2020 diria ao Gil de 2021: "O Gil 2020 estava tão indignado. Tanto que no segundo dia de BBB eu já disse que o Brasil estava lascado. Eu diria para o Gil de 2021 para ficar mais tranquilo que tudo daria certo. O Gil de 2020 estava perdendo a esperança. Eu sou igualzinho ao povo. Sou da cachorrada. O brasileiro é misto. Eu diria calma que tudo vai se ajeitar e não tenha medo de ser quem é. Alguém sempre não vai gostar, mas não tem problema não. Minha experiência na Califórnia foi muito importante. Me fez abrir um leque que eu não imaginava. Eu não entendi os perrengues do povo chique. Como assim tem dinheiro e ainda reclama? Mas dinheiro não compra felicidade, não compra tudo. Eu tinha empatia com o povo que era meu. Agora abriu um leque de empatia com todo mundo. Porque todos têm problemas. Eu quero ir para o Sertão, visitar as pessoas, usar minhas redes sociais para retratar o povo de Manaus, os índios, enfim. Antes não tinha dinheiro para isso, mas agora tenho e quero fazer isso no final do ano. Mostrar o índio perdendo seus espaços. Quero usar a experiência que eu tive para chamar mais atenção para as pessoas que precisam dessa atenção. E dar mais amor também. Ainda quero gravar um canto mais erudito, mesmo que só meus vigorentos escutem, e um filme onde vou morrer no final". 

Perguntei ao Gil como foi a ideia para a realização do documentário e como ele recebeu a notícia: "Eu falei para eles: tem certeza? Pobi da Globoplay... Aquilo que você me viu no BBB, né. Ai, o povo vai odiar. Vou ser detestado. Sair na primeira semana... Ao menos vou ter o cachê da primeira semana. É o que tem para hoje, né. Mas fiquei muito feliz. Será que eu mereço? Não tenho nada para falar sobre mim. Só que foi ficando tão bonito. Quando Deus crê para você, tudo vai dar certo. E se não deu é porque Deus falou: 'Hum...ainda não é agora'. Está tudo tão legal. Vou mostrar o acadêmico da cachorrada para vocês. Levar um pouco para as pessoas que o nordestino é especial. To muito ansioso pro povo assistir. Esse foi o meu ano. O Big Brother vai fazer parte da minha vida para sempre e o PHD. Para quem não tinha nada, qualquer coisa vira muito. Deu tudo certo. Deus é tão bom que me deu muito mais do que eu pedi', respondeu Gil entre risos e emoção. 

"Gil na Califórnia' estreia nesta quinta-feira, dia 9, com cinco episódios. A fotografia é do curitibano Raphael Bittencourt e a produção executiva na Califórnia de Fábio Colombek.