A Globo ainda não tem ideia do que fazer com sua grade vespertina após o injusto cancelamento de "Malhação". Nem mesmo sabem o que colocar no lugar. No entanto, a emissora resolveu voltar com o tempo normal do "Jornal Hoje" a partir do dia 6 de dezembro. O telejornal ganhou uma extensão durante o período da pandemia, iniciado em 2020. Com isso, o horário do extinto "Vídeo Show" e "Se Joga" fica novamente vago. E o canal usará a brecha para iniciar um teste: uma nova faixa de reprise para novelas. Não se preocuparam em criar um título, já que o "Vale a Pena ver de Novo" segue no ar. A trama escolhida foi "O Cravo e a Rosa".
Novamente a Globo apela para Walcyr Carrasco para alavancar sua audiência, uma vez que a faixa enfrenta dificuldades há anos com o quadro "A Hora da Venenosa", comandado por Fabíola Reipert, no "Balanço Geral", da Record. E o folhetim é realmente irresistível. Não por acaso está na lista das melhores tramas do Walcyr. A história era baseada na peça "A Megera Domada", de William Shakespeare, e com algumas referências das novelas "A Indomável", de Ivani Ribeiro, e "O Machão", de Sérgio Jockman. Dirigida pelo saudoso Walter Avancini, a trama era uma comédia romântica da melhor qualidade e ambientada em São Paulo, no ano de 1920. Portanto, de época, que sempre foi uma especialidade do autor.
A novela exibiu o tumultuado romance entre Petruchio, um caipira rude e dono de uma fazenda produtora de queijo, e Catarina, filha de um poderoso banqueiro (Nicanor Batista - Luis Melo), que tinha ideias feministas e era extremamente geniosa ----- colocava todos seus pretendentes para correr.
O casal foi brilhantemente interpretado por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis, que honraram o posto de protagonistas com louvor. O par é um dos melhores da ficção e marcou a carreira dos atores.
A relação, permeada com muitas brigas, tapas e beijos, conquistou o público e os atores esbanjaram química. Enquanto Catarina chamava Petruchio de grosseirão, ele a apelidava de 'Meu Favo de mel'. O romance, repleto de idas e vindas, não cansava o telespectador e sempre rendia ótimas cenas. O clássico jogo de gato e rato que raramente falha na teledramaturgia. Mas além desta divertida e atrativa trama, a novela apresentava vários outros núcleos e personagens interessantes que caíram no gosto popular.
No núcleo da mocinha, por exemplo, o banqueiro Nicanor tinha uma família escondida. Sua amante, Joana (Tássia Camargo), morava em um local humilde, bem diferente do casarão habitado pelo pai de Catarina e Bianca (Leandra Leal). A irmã da protagonista, por sua vez, tinha um romance com o mimado Heitor (Rodrigo Faro), mas se encantou pelo professor Edmundo (Angelo Antônio), vivendo com ele um romance digno dos contos de fadas bem açucarados.
Já na fazenda de Petruchio havia o hilário Calixto (Pedro Paulo Rangel), seu fiel escudeiro, que se apaixonou pela governanta de Nicanor, a virginal Dona Mimosa (Suely Franco). A dificuldade que o casal teve para ter seu primeiro beijo foi uma diversão à parte. A relação, aliás, despertou o ciúme de Neca (Ana Lucia Torre), cozinheira da fazenda que nutria um amor platônico pelo empregado do patrão. Walcyr sempre foi um expert na valorização do elenco veterano. No mesmo núcleo, ainda havia a víbora Lindinha (Vanessa Gerbelli em sua estreia na televisão), que amava Petruchio e esnobava o caipira Januário (Taumaturgo Ferreira).
Outra história que fez um grande sucesso foi a de Cornélio (Ney Latorraca). Um ricaço que era perdidamente apaixonado por sua esposa Dinorá (Maria Padilha), que humilhava constantemente o marido e o traía com Celso (Murilo Rosa). O coitado ainda tinha que aguentar Dona Josefa, a sogra insuportável interpretada pela grandiosa Eva Todor (seu último bom papel em novelas). O esperado momento do personagem descobrindo a traição da esposa provocou uma grande virada na novela e destacou a ótima direção de Walter Avancini.
O folhetim também ganhou um novo fôlego com a entrada de dois excelentes personagens: a diabólica Marcela (Drica Moraes) e seu pai, Joaquim (Carlos Vereza). Os perfis entraram por conta do esticamento da novela na época por conta do sucesso. A vilã foi interpretada brilhantemente por Drica e infernizou o romance de Catarina e Petruchio, além de ter conseguido se casar com Nicanor, desgraçando a vida de Bianca ---- situação inspirada nas madrastas dos filmes da Disney. Já o ricaço tinha um coração bom e acabou mudando a vida de Januário ao descobrir que ele era seu filho, o transformando em um milionário, para o desespero de Marcela e cobiça de Lindinha.
Vale destacar ainda a divertida presença de duas feministas fanáticas vividas por Carla Daniel (Lourdes) e Virgínia Cavendish (Bárbara), que acabaram se envolvendo com o mesmo homem, um sujeito que se passava por mudinho (Fábio - Carlos Evelyn). Miriam Freeland (Candoca), Lucia Alves (Hildegard), João Vitti (Serafim) e Bia Nunnes (Dalva) eram outros bons nomes deste elenco tão bem escalado.
"O Cravo e a Rosa" foi o primeiro grande êxito de Walcyr Carrasco na Globo ----- marcando a estreia do autor na emissora da melhor forma possível ----- e a novela deixou sua marca na teledramaturgia. Está na lista dos melhores folhetins das 18h. Foi reexibida duas vezes no "Vale A Pena Ver de Novo", na Globo (em 2003 e em 2013), e uma vez no Canal Viva, em 2019. Quatro reprises de sucesso. Agora entra no ar pela quinta vez com a missão de seguir prendendo a atenção do público.
Adorei esta novela, queria muito ver de novo
ResponderExcluirmas o horário não dar pra mim.
Foi reprisada no canal pago da Globo.
Ane
De Outro Mundo
🌸
Garanto que mais uma vez dará certo apostar na história da "onça" que é um "favo de mel" para manter a liderança inclusive nas tardes, quiçá fazer cessar a crise de audiência das novelas inéditas em exibição.
ResponderExcluirGuilherme
A melhor novela das seis ja feita.
ResponderExcluirEssa novela é um presente para todos nós!!
ResponderExcluirTão bem feita, tão leve e divertida!!
Realmente será um novo sucesso!!
Grata por avisar sobre esse tesouro Sérgio!!
Lindo final de semana!! :)))
Pra quem só conhece novela de 2000 pra cá deve ser a oitava maravilha do mundo essa novela, aliás, perto dessas tranqueiras atuais da Globo O Cravo e a Rosa é uma excelente novela mesmo.
ResponderExcluirUma novela inesquecível.
ResponderExcluirBoa semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
É um horario complicado mesmo, Ane.
ResponderExcluirE já está dando, Guilherme...
ResponderExcluirEu amava, Andressa.
ResponderExcluirEu que agradeço, Dri.
ResponderExcluirTudo bem, Luiz.
ResponderExcluirFato, Emerson.
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