Efetivação de Marcos Mion aos sábados era uma obrigação da Globo

 A estreia de Marcos Mion no comando do "Caldeirão" fez um grande barulho nas redes sociais. O público aprovou na hora o desempenho do apresentador no programa que era de Luciano Huck. A audiência também foi ótima e a crítica especializada só teceu elogios. Mas a verdade é que não houve uma surpresa. Todos já sabiam que as tardes de sábado eram a cara do Mion. Por isso o aviso da emissora sobre o término da atração, em dezembro deste ano, através de um comunicado oficial, soava sem sentido.

 

Afinal, qual a lógica da Globo contratar o apresentador apenas para uma substituição de quatro meses? Isso porque já tinha sido anunciado que Mion, após o fim do "Caldeirão", ganharia um reality no Multishow em 2022. A empresa, então, só o tinha contratado para o canal pago? Não fazia sentido. O anúncio parecia apenas uma espécie de blefe caso a estreia de Mion fracassasse. Afinal, se a audiência do programa caísse e o público rejeitasse, a desculpa para a retirada da grade não precisaria ser dada. Com a confirmação de Tadeu Schmidt no comando do "BBB 22", o futuro de Mion ficou ainda mais incerto. 

Nesta quarta-feira, todavia, todas as peças do quebra-cabeças finalmente se encaixaram. A Globo anunciou oficialmente a permanência de Marcos Mion no comando do "Caldeirão" em 2022. Por mais que neguem, esse já era o plano desde o início e aguardavam apenas a boa aceitação do telespectador. A continuação do programa aos sábados solidificará a carreira do apresentador na emissora, que tem tudo para ficar na grade vespertina semanal por longos anos.

Não é fácil substituir um colega, ainda mais Luciano Huck, que ficou no comando da atração por 21 anos. Mas Mion fez parecer simples. Sua alegria diante da nova função contagia e deu um novo clima para as tardes de sábados. Nada de choradeira ou história motivacionais. A zoeira é o novo DNA.

 O quadro "Tem ou não tem" foi o único que Luciano não quis levar para os domingos e a produção resolveu mudá-lo com participantes famosos e seus familiares/amigos. Ficou ainda mais divertido. O outro formato, o "Sobe o Som", não é novo. A competição envolvendo a adivinhação de uma música a cada rodada é uma espécie de "Ding Dong", quadro do extinto "Domingão do Faustão", com "Qual é a música", programa de sucesso comandado por Silvio Santos na década de 90 e reprisado atualmente no SBT. Lúcio Mauro Filho, acompanhado de uma banda, canta trechos e os convidados precisam acertar a canção. Ainda assim, Mion consegue imprimir sua marca e desperta atenção. O mesmo vale para o quadro "Isso a Globo Mostra", que é a nova versão do clássico "Piores Clipes do Mundo", seu maior sucesso na época da MTV.

Ao longo do tempo, a produção e o próprio Marcos vão moldar o programa e transformá-lo em um produto com a cara do apresentador. Vale lembrar que Celso Portiolli conseguiu deixar o "Domingo Legal", que sempre foi ligado a Gugu Liberato, bem do seu jeito, no SBT, após longos meses de adaptação. O mesmo deve ocorrer com Mion. Talvez até mudem o nome "Caldeirão", não se sabe ainda. Mas há tempo de sobra para novidades em 2022. É necessário também elogiar a entrevista emocionante que o comunicador deu a Ana Maria Braga, mencionando seu amor pela família e sua profissão.

Marcos Mion merecia a confirmação de seu nome nas tardes de sábado ano que vem e a Globo não fez mais do que sua obrigação. Vai com tudo, Mionzera!