Em meio a tantas perdas dolorosas, a cultura brasileira dá adeus a mais uma de suas grandes figuras: Sérgio Mamberti faleceu nesta sexta-feira, aos 82 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. O veterano havia sido internado pela terceira vez em menos de um ano para tratar de uma infecção pulmonar. Defensor ferrenho das artes, o ator era querido pelos colegas e tinha uma legião de admiradores.
Nascido em Santos, litoral paulista, em 1939, foi formado pela escola de artes dramáticas de São Paulo. Dramaturgo há mais de 50 anos, esteve casado com Vivian Mahr entre 1964 e 1980 e juntos tiveram três filhos: Carlos, Fabricio e Duda Mamberti. Os três também apaixonados pelo universo cênico. Cláudio e Duda são atores e Fabricio diretor. Em 1982, Sérgio se casou com Ednardo Torquato, com quem viveu por 37 anos, até a morte do parceiro, em 2019.
Ativista político, Sérgio foi um dos fundadores do PT e após a eleição de Lula, em 2002, esteve em vários cargos do Ministério da Cultura ----- secretário de Artes Cênicas, secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, presidente da FUNARTE (Fundação Nacional das Artes) e secretário de Políticas Culturais.
Mas sempre conseguiu conciliar suas atividades com várias peças teatrais, participações no cinema e na televisão. O ator emendou muitas novelas na Globo e TV Manchete durante as décadas de 80 e 90. "Brilhante" (1981); "Transas e Caretas" (1984); "Dona Beija" (1986); "Helena" (1987) e "Pantanal" (1990) foram algumas. Mas em "Vale Tudo" ganhou um personagem que ficaria para sempre na memória do público: o mordomo Eugênio. Sempre com boas tiradas e divertidas aparições, o fiel escudeiro de Celina (Nathalia Timberg), o mordomo chegou a ser um dos suspeitos do assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall).Já em 1994, o intérprete teve a oportunidade de fazer parte de um dos projetos mais bem-sucedidos da TV Cultura: "Castelo Rá-Tim-Bum". Entre 1994 e 1997, Sérgio deu vida ao Dr. Victor, tio bruxo de Nino (Cássio Scapin), que habitava um castelo repleto de figuras inesquecíveis. Fez parte da infância de uma geração. O personagem ficou tão marcado que em quase todas as entrevistas que concedia acabava tendo que falar sobre essa época, sempre com muita satisfação.
A última novela que contou com o talento do ator foi "Flor do Caribe", em 2013, onde interpretou o nazista Dionísio, grande vilão da trama de Walther Negrão. A produção foi reprisada recentemente por conta da pandemia do novo coronavírus e o público também pôde revê-lo em uma participação na reta final de "A Vida da Gente" (2012), quando viveu o juiz César. A última aparição do veterano foi em uma recente entrevista dada a Pedro Bial, no "Conversa com Bial", onde falou da autobiografia que lançou em abril: "Sérgio Mamberti: Senhor do Meu Tempo". Estava feliz e esperançoso.
Sérgio Mamberti é mais uma perda irreparável no mundo das artes em um 2021 tão traumático. Que siga em paz e presente em nossas memórias.
12 comentários:
Que tristeza, Zamenzito! A arte perde um grande artista. Como não lembrar do doutor Victor? Impossível! Castelo Rá-Tim-Bum marcou a minha infância! Não só a minha, né? Que ano difícil pro mundo das artes. Será que esse ano deixará alguma esperança viva?
Tantos nomes consagrados das artes cênicas nos deixando em tão pouco tempo... Descanse em paz, Sérgio Mamberti. Seu legado sempre será lembrado.
Guilherme
Que ano...
Mais uma grande perda e a vida dele cheia de realizações! Esse ano tá fooooooooooooogo! abraços, chica
Meus sinceros pêsames aos familiares, amigos e fãs de Sergio Mamberti. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
Acho dificil, chaconerrilla...
Verdade, Guilherme.
Que ano...
Ta mesmo, Chica...
Abçs, Fabio.
Lembro do papel dele como Dr. Vitor! Inesquecível e marcante. Não sabia que ele era gay.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Inesquecivel, Emerson.
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