É o primeiro produto inédito da Globo em meio ao período da pandemia. Não deixa de ser um respiro de novidade para o telespectador; afinal, a grade do setor de teledramaturgia da emissora vem utilizando reprises desde março e assim seguirá até o início de 2021 (com razão). A série é uma criação de Jorge Furtado e tem quatro episódios protagonizados por uma dupla de personagens que muda toda semana. E a ideia para garantir a segurança de todos foi a escolha do elenco: só atores que moram juntos, ou como família ou como casal. Tudo gravado na residência dos intérpretes que estão em quarentena, onde eles mesmos dividiram a função de câmera, iluminação, direção e atuação.
Fernanda Torres e Fernanda Montenegro protagonizam o primeiro episódio chamado "Gilda e Lúcia" ----- os próximos são protagonizados por Lázaro Ramos e Taís Araújo ("Linha de Raciocínio"); Luisa Arraes e Caio Blat ("A Beleza Salvará o Mundo") e Emílio Dantas e Fabíula Nascimento ("Territórios").
A história da estreia foi uma escolha estratégica para mobilizar a atenção do público, ávido por uma ficção inédita, ainda mais protagonizada por uma das maiores atrizes brasileiras e sua filha igualmente talentosa.
"Gilda e Lúcia" retrata a urgência de uma filha, Lúcia (Fernanda Torres), que precisa resgatar a mãe, Gilda (Fernanda Montenegro), no Rio de Janeiro quando a pandemia começa. A urgência é devido à despreocupação de Gilda com a possível contaminação viral, mesmo sendo grupo de risco, na casa dos 90 anos. Moradora de Copacabana, ela insiste em circular pelo bairro, à revelia da necessidade de isolamento. A fim de mantê-la segura, Lúcia praticamente a sequestra, a coloca dentro do carro e sobe a Serra para garantir que a mãe não terá como escapar. A convivência forçada traz à tona diferenças gritantes da personalidade das duas, que provavelmente foram a razão de se manterem afastadas por quase uma vida inteira. A transformação deste relacionamento é retratada de forma brilhante ao longo dos pouco mais de 30 minutos de episódio.
A vida entre mãe e filha resulta em um inferno nos primeiros dias através de cenas impagáveis protagonizadas pelas atrizes. Mas aos poucos a sintonia se faz presente e uma proximidade até então inesperada se fortalece. A ponto de Gilda esconder de todas as formas a criação da vacina para a cura da COVID-19. A mãe gostou tanto de ficar com a filha que tentou impedir a divulgação da notícia. Quebrou a antena da televisão, arriou a bateria do carro para Lúcia não ir para a cidade, enfim. Um momento de delicadeza em meio a tanto humor. Aliás, a série mesclou comicidade, reflexão e sensibilidade com maestria. Nem deu para sentir o tempo passar.
Escrito por Antônio Prata, Chico Mattoso, Jorge Furtado e Fernanda Torres, e dirigido por Andrucha Waddington e Pedro Waddignton (marido e enteado de Fernanda), o delicioso episódio ainda contou com a participação de Joaquim Waddington, filho de Andrucha e Fernanda. A estreia da nova série não poderia ter sido melhor e o gostinho de quero mais foi inevitável. Que venham os próximos!
8 comentários:
Que série divina, Sérgio!!!
Queria mais episódios com elas, não vou mentir!!!!
Que coisa mais linda foi! Adorei! Gostaria de muitos mais com as duas! abração,chica
quem AINDA aasiste a Globo hoje em dia? Uns trem horrível, umas novelas podres, eca! Globo já foi ótima no passado, no PASSADO!!!
Divina, anonimo.
Eu tb, Lisa.
Também, Chica.
Anonimo, talvez 90% da população brasileira. Aconselho a se informar.
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