A vigésima edição do "Big Brother Brasil" chegou ao fim na segunda-feira (27/04) com média de 25 pontos (cinco a mais que a edição passada) e com 34 pontos de audiência no último programa, índice que não era alcançado em uma final desde 2010. Um fenômeno de engajamento, repercussão e popularidade. Uma temporada histórica que nunca será esquecida. Mas além de todas as qualidades já mencionadas, é preciso analisar a importância da vitória de Thelma Regina, principalmente em um comparativo com o "BBB 19".
A temporada exibida em 2019 foi a pior de todos os tempos. Tanto no quesito audiência quanto no andamento do jogo. E para piorar, a vencedora foi Paula, uma mulher arrogante, debochada (no pior sentido da palavra) e preconceituosa. A participante passou o programa inteiro proferindo comentários com teor racista e de intolerância religiosa. Era repugnante ouvir e o Ministério Público abriu um inquérito para investigá-la. O colega de confinamento, Rodrigo França, chegou a processá-la fora da casa. O processo, no entanto, foi arquivado.
O discurso de Tiago Leifert para coroar a vitória de Paula foi outro momento que beirou o absurdo. "Vence o BBB 19 a pessoa que teve a audácia de ser imperfeita", declarou para uma plateia atônita e que não comemorou. É verdade que, com exceção de Elana e Danrley, todos os adversários da vencedora se acovardaram e não quiseram jogar. Muito menos enfrentar firmemente os vários preconceitos da adversária.
O fato despertou uma indignação no público. Mas nada que justificasse a premiação de uma pessoa tão lamentável quanto Paula. Foi uma edição para esquecer definitivamente. E a vitória de Thelma serviu para enterrar de vez a décima nona temporada.
Mas é importante deixar claro que o título de Thelma é mérito total da participante. Ela não ganhou só porque representava uma causa. Caso contrário Babu Santana levaria com facilidade até por conta do imenso apoio que ganhou da classe artística. Se a médica tivesse apresentado uma conduta deprimente ou um jogo irrelevante, a vitória seria impossível. Houve uma linda soma de fatores. A conduta irretocável de Thelma ao longo do programa ---- nunca teve medo de se posicionar; foi leal aos seus amigos mesmo não sendo recíproco de uma parte deles; defendeu Babu contra todos; enfrentou as rivais; fez uma aliança de jogo e amizade com Rafa e Manu que emocionou quem assistia; lutou na prova de resistência que ganhou após 26 horas, enfim ---- em uma final onde as três se amavam e se respeitavam resultou no conjunto perfeito. Até Rafa e Manu não esconderam como torciam por ela.
Impossível não ter lembrado na hora do resultado do ano passado quando Thelma gritou de felicidade com a sua vitória anunciada por um emocionado Tiago Leifert. Aliás, é possível constatar até um amadurecimento do apresentador. O discurso do ano passado gerou uma compreensível revolta em grande parte do público e vale lembrar que no "BBB 18" (vencido por Gleici), no dia da eliminação de Nayara, uma participante negra que costumava militar bastante durante o programa, Tiago disse no dia de eliminá-la que "Representatividade não levava a nada". A declaração caiu como uma bomba e novamente foi duramente criticado com razão. Vale ressaltar que a participante mereceu ter saído por outros motivos, mas a fala do apresentador se mostrou gratuita e ignorante. Um ano depois não escondeu sua felicidade ao declarar Paula campeã. Seus pensamentos deprimentes seguiam os mesmos.
Já a diferença no discurso final de Leifert na recém-encerrada edição surpreendeu: "Representar é o que você faz de mais bonito, Thelma. Quando caiu o muro e vocês viram o que estava do outro lado, muitos dos inscritos falaram 'ferrou, não vai dar'. Thelma não. Sabe por que Thelma foi esse ícone? Porque está acostumada. Desde sempre. Na profissão dela. Não é meu lugar de fala, mas na cor da pele. Thelma sempre foi contra a estatística. No programa, a Thelma operou os adversários sem anestesia. Teve o voto mais difícil da temporada que foi o no Babu. Que poderia te fazer perder a final. Mas você teve coragem. Que mulher corajosa. E uma temporada histórica como essa não podia terminar sem uma vitória histórica. Então o BBB 20 só pode ser seu. Ele tem que ser seu: Thelma!".
O simbolismo do triunfo de uma mulher preta, médica, bem-sucedida, passista da Mocidade Alegre, escola de samba de São Paulo, e que teve uma trajetória impecável no "BBB 20" é incontestável, ainda mais levando em consideração tudo de ruim que a edição passada representou. Como explicar o comportamento do público que elegeu uma mulher que teceu comentários racistas em 2019 e agora premiou Thelma? É uma evolução? A sociedade está voltando a acordar? É possível tecer esse tipo de análise em um programa como o "Big Brother Brasil"? O efeito da pandemia do coronavírus, que implicou em uma quarentena e aumentou a audiência do programa, tem a ver com a mudança? Impossível ter qualquer tipo de certeza. Mas não deixa de ser um fio de esperança. Nem tudo está perdido. Será?
Sérgio, que pessoa maravilhosa você é. Parabéns.
ResponderExcluirOnde eu assino????
ResponderExcluirÉ EXATAMENTE ISSO! Foi simbólico mas foi por mérito dela!!!!
ResponderExcluirQue texto!!!!!!!!!
ResponderExcluirDesculpa, mas n enxergo todo esse mérito na Thelminha, gostei da vitória dela e achei uma reparação em relação a campeã anterior, a paula era uma pessoa lamentável, mas n acho que a Thelma tenha construido uma grande história no programa, n que ela tenha sido planta como alguns tacharam, longe disso, eu achava ela apenas quietinha em relação aos outros, mas sempre que precisou se posicionar no jogo ela se posicionou
ResponderExcluirGostei dessa edição, mas, não acho que a final consagrou muito o sucesso não, Sérgio. O Tiago nem falou a quantidade de votos, sinal que foi um fracasso. A realidade é que muita gente parou de votar depois da saída do Prior. Por isso acho que tem essa teoria da manipulação. Primeiro, o Boninho eliminou o Prior por causa das acusações de estupro (não é uma crítica a Globo, talvez eu no lugar deles faria a mesma coisa, imagina a polêmica se são confirmadas), depois ele não queria dar o prêmio pra uma menina que teria saído em um paredão antes do meio do programa, aí deu pra Thelminha. Faz sentido. De qualquer forma, ótima edição. Não acho que vai ficar na cabeça do povão igual o BBB7 ou 10, mas sim, foi boa enquanto durou. Bjs. Boa semana.
ResponderExcluirMuito gente parou de ver depois da saída do ESTUPRADOR????? Vc nao leu o primeiro parágrafo do texto falando da maior audiência em dez anos???? Esses fãs daquele moleque só passam vergonha.
ResponderExcluirEu disse: "muita gente parou de votar", o que pelos números é um fato. Não sou fã dele, apenas constatei um fato. Abs.
ExcluirSó li verdades, Sérgio. Thelma jogou mais do que muitos participantes da temporada anterior do "BBB" e em momento algum fez algo que pudesse prejudicar a sua imagem, ao contrário dos seus até então aliados no confinamento. De fato conquistou o título de campeã do "BBB 20" por méritos próprios. E a aliança com Manu Gavassi e Rafa Kalimann foi um dos trunfos dessa gloriosa trajetória. Sucesso para Thelma!
ResponderExcluirGuilherme
A vitória da Thelma foi mais que merecida e foi lindo ver ela na final com Rafa e Manu.
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Já comentei sobre o reality no meu blog. Estava na torcida da Manu. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirObrigado, anonimo!
ResponderExcluirFico feliz, Liliane.
ResponderExcluirExato, anonimo.
ResponderExcluirFeliz, anonimo.
ResponderExcluirTudo bem, Rafael!
ResponderExcluirNao teve manipulação, anonimo e a gritaria em vários condominios com a saída dele foi uma das provas. E é normal que num paredão onde as 3 participantes são amigas e gostadas pelo publico tenha menos votos.
ResponderExcluirFoi um sucesso msm, anonimo. E esse outro ja foi tarde....
ResponderExcluirSucesso pra ela, Guilherme!
ResponderExcluirFoi mesmo, Marcos!
ResponderExcluirAbçs, Fabio.
ResponderExcluirFoi lindo, anonimo.
ResponderExcluirQue texto perfeito!!
ResponderExcluir