A ausência de "Espelho da Vida" em todas as indicações foi o maior absurdo da premiação, embora nada surpreendente. Como não foi um sucesso de audiência e ainda terminou no início do ano (em abril), o folhetim primoroso de Elizabeth Jhin foi ignorado. E a categoria que mais despertou indignação foi a de Ator/Atriz Mirim. A escolha de João Bravo e Valentina Vieira, por Peter e Sofia em "Bom Sucesso", foi muito justo. Porém, a seleção de Maria Alice Guedes, por "Malhação - Vidas Brasileiras" se mostrou um despautério. A criança nem teve falas. Como podem ter ignorado o show de Clara Galinari como Priscila/Teresa? E Maria Luiza Galhano pelo seu desempenho como Florzinha? Ao menos João foi o vencedor com mérito, mas Valentina merecia mais pela dramaticidade de Sofia.
O esquecimento de Vitória Strada e Alinne Moraes, que brilharam como Cris/Júlia Castelo e Isabel/Dora em "Espelho da Vida", na indicação de Melhor Atriz foi outra injustiça. Porém, ao menos houve um bom equilíbrio nas seleções e as três escolhidas foram merecedoras. Juliana Paes fez jus ao protagonismo de Maria da Paz em "A Dona do Pedaço" e foi sua personagem mais popular da carreira, segundo a própria, que venceu e se emocionou na hora do agradecimento.
Alice Wegmann se destacou como Dalila Abdallah na fraca "Órfãos da Terra" e conseguiu boas cenas, mesmo com a vilã sem rumo. E Grazi Massafera está simplesmente perfeita como Paloma em "Bom Sucesso". Uma mocinha que dá gosto de torcer.
A categoria Melhor Ator foi a mais controversa. Renato Góes não convenceu como Jamil em "Órfãos da Terra" e é verdade que o mocinho muito mal desenvolvido pelas autoras não proporcionou bons momentos para o intérprete. Portanto, sua indicação não teve cabimento. O esquecimento de Rômulo Estrela, que está bem demais como o carismático Marcos em "Bom Sucesso", é incompreensível. David Junior, outro bom nome da novela das sete e que convence como Ramon, é outra ausência sentida. Já a presença de Reynaldo Gianecchini fez jus ao bom trabalho do ator como Régis em "A Dona do Pedaço" e Jesuíta Barbosa também honrou o posto, pois brilhou como Jerônimo em "Verão 90", ainda que a novela tenha se perdido por completo. Jesuíta levou o prêmio.
E em Melhor Ator Coadjuvante a situação foi oposta. Os três escolhidos fizeram por merecer e qualquer um honraria a vitória. Malvino Salvador viveu seu melhor momento na carreira na pele de Agno, um empresário homossexual bem-sucedido e resolvido com sua sexualidade. Um gay sem qualquer esteriótipo em "A Dona do Pedaço". Sérgio Guizé roubou a cena como Chiclete, na mesma novela, e o romance do matador com Vivi Guedes caiu nas graças do público, assim como sua química com Paolla Oliveira ---- ele levou o troféu e foi ovacionado pela plateia aos gritos de "Chiclete". Enquanto Armando Babaioff brilha diariamente na pele do canalha Diogo em "Bom Sucesso". O ator também vive o auge de sua carreira e dominou com maestria o papel de grande vilão da trama das sete. Porém, ainda assim, é preciso lembrar do show de Felipe Camargo em "Espelho da Vida". Sua atuação como Coronel Eugênio e Américo arrebatou o público.
A indicação de Melhor Atriz Coadjuvante também primou pela justiça, no entanto, houve uma falha grave na escolha de uma das finalistas. Paolla Oliveira brilhou como Vivi Guedes e a digital influencer caiu na boca do povo. A personagem, inclusive, saiu de "A Dona do Pedaço" e migrou para o "mundo real" através de inúmeras propagandas e virou até capa de revista. Por isso mesmo deveria ser colocada na categoria Personagem do Ano. Assim, abriria uma vaga para a entrada de Nathalia Dill, que se destacou como a vilã Fabiana na mesma trama. Já as outras duas concorrentes tinham mesmo que estar ali. Agatha Moreira viveu a maior repercussão de sua carreira na pele da assassina Josiane e Fabíula Nascimento está impecável como Nana, a personagem mais complexa de "Bom Sucesso". A vitória da Fabíula honrou seu trabalho.
Por falar em Personagem do Ano, a categoria foi criada há dois anos para a valorização do elenco veterano. Um acerto do Faustão. Porém, havia a necessidade de abrir uma exceção para a presença de Vivi Guedes. Um caso à parte na teledramaturgia. E, é preciso ressaltar, a seleção de Olavo, do fracasso "O Sétimo Guardião" se mostrou descabida. Tony Ramos é um dos maiores atores do país, mas ninguém lembra e nem lembrará desse ingrato papel da novela de Aguinaldo Silva. A sua vaga deveria ser da blogueira vivida por Paolla. Ao menos os outros dois indicados foram justos. Cláudia Raia virou um dos perfis centrais da controversa "Verão 90" com sua espalhafatosa Lidiane, enquanto Antônio Fagundes emociona desde a estreia de "Bom Sucesso" na pele do ranzinza Alberto Prado Monteiro.
Em Atriz de Série, nada a ponderar. Três atrizes com 'a' maiúsculo que se destacaram em seus respectivos trabalhos. Adriana Esteves comoveu o telespectador com o drama de Stela em "Assédio", Letícia Colin divertiu com a carismática Marylin em "Cine Holliúdy" e Marjorie Estiano novamente deu um show de emoção com a médica Carolina em "Sob Pressão". Embora o trio tenha um talento incontestável, não era possível tirar o troféu de Marjorie, após as várias cenas impactantes que protagonizou na melhor série da Globo. Tanto que acabou indicada ao Emmy Internacional também por esse primoroso trabalho. Por isso a vitória de Adriana gerou controvérsia. Vale citar, também, a não indicação de Débora Falabella, que esteve perfeita em "Se Eu Fechar os Olhos Agora", exibida no início do ano.
Ator de Série também apresentou ótimos nomes. Antônio Calloni impressionou na pele do asqueroso médico Roger Sadalla em "Assédio", inspirado claramente no médico Roger Abdelmassih; Rodrigo Lombardi esteve muito bem como Adriano em "Carcereiros"; e Júlio Andrade brilhou interpretando o doutor Evandro em "Sob Pressão". Julio levou o troféu para casa e quem viu sua atuação na série sabe o quão é merecido.
A categoria Atriz Revelação fez história ao colocar Nany People, travesti assumida, e Glamour Garcia, mulher trans, entre as indicadas. As duas, inclusive, fizeram por merecer. Nany foi um dos raros acertos de "O Sétimo Guardião" e sua estreia na Globo não poderia ter sido melhor. A novela fracassou, mas a atriz agradou como Marcos Paulo. E Glamour esteve muito bem como Britney em "A Dona do Pedaço". Não por acaso caiu nas graças da audiência. Vitória incontestável de Glamour. A terceira escolhida foi Carol Garcia, que também convenceu como Sabrina em "A Dona do Pedaço". Porém, o esquecimento de Bruna Inocêncio e Giovanna Coimbra (Alice e Gabriela em "Bom Sucesso") merece críticas, assim como a não indicação de Alanis Guillen (Rita em "Malhação - Toda Forma de Amar").
A indicação de Ator Revelação provocou um grande estranhamento e não deu para compreender o critério. Kaysar Dadour foi o único que realmente mereceu a lembrança e ganharia de qualquer forma em virtude de sua forte torcida nas redes sociais, fruto de sua passagem pelo "BBB18". E ele foi uma grata surpresa como Fauze em "Órfãos da Terra". Já Rafael Queiroz esteve apenas correto em "A Dona do Pedaço" como o justiceiro Rael em "A Dona do Pedaço". Bruno Bevan, intérprete do íntegro Zé Hélio, da mesma trama, merecia muito mais. Pedro Novaes, ótimo como Filipe em "Malhação - Toda Forma de Amar" era outro nome que precisava ser lembrado, além de Lucas Leto, pelo Waguinho em "Bom Sucesso". E a indicação de Orlando Caldeira, pelo Catraca de "Verão 90", foi absurda. Nada contra o ator, mas o personagem mal apareceu na novela das sete e sua relevância foi nenhuma.
Já as demais categorias se resumiram ao mais do mesmo. Dani Calabresa --- vencedora merecidamente ----, Welder Rodrigues e Marcelo Adnet disputaram em Comédia; Maria Julia Coutinho --- vencedora com justiça ---, Sandra Annenberg e Renata Vasconcellos em Jornalismo; Ivete Sangalo, Iza e Marilia Mendonça ---- vencedora ---- em Cantora; e Dilsinho, Ferrugem e Luan Santana --- Luan sempre leva --- em Cantor. "Atrasadinha" (Felipe Araújo e Ferrugem) --- vencedora ---; "Dona de Mim" (Iza) e "Jenifer" (Gabriel Diniz) concorreram como Música do Ano.
Infelizmente, não houve a tradicional homenagem aos artistas que faleceram em 2019 em virtude da correria final. Enrolaram tanto no início que se perderam ao longo da premiação. Lamentável. Agora resta esperar a edição de 2020 e observar a nova leva de justiças ou injustiças.
A Agatha perder foi RIDICULO.
ResponderExcluirEu também achei ridiculo a Agattha perder e sua análise no geral foi bem sensata.
ResponderExcluirO que achei absurdo foi a Marjorie perder pra Esteves que nem foi receber porque tava em festinha de aniversário!!!
ResponderExcluirMais uma análise justa. Vc é foda.
ResponderExcluirA categoria melhor ator teve realmente seleção errada cadê Rômulo Estrela e David Júnior
ResponderExcluirSérgio,não houve uma grande novela dominando,eu achei legal esse equilibrio nas premiações.e vc?abraços,cara
ResponderExcluirNa categoria de atriz coadjuvante a FABIULA NASCIMENTO ganhou MERECIDAMENTE, mereceu muito mesmo.
ResponderExcluirSó não gostei da Grazzi não ter ganhado.
E adorei a Marília Mendonça ter ganhado o prêmio, chega de Ivete.
Eu só espero que não aconteça com Amor de mãe, o mesmo que aconteceu com Espelho da Vida, totalmente esquecida na premiação.
ResponderExcluirGabriel Diniz merecia ganhar.com a música Jennifer
ResponderExcluirMúsica marcante
Foi injustiçado pela segunda vez
Todo mundo canta e qualquer pessoa canta Jennifer. Atrasadinha ninguém.sabe cantar.Achei um absurdo Gabriel não ganhar.
Concordo com vc. Janifer foi um tremendo sucesso em todo canto do Brasil.
ExcluirVários absurdos só que a mais injustiçada ainda é a Marjorie, que teve um ano impecável em Sob Pressão
ResponderExcluirEu fiquei surpresa com a Vitória da Fabíola nascimento porque não esperava. Torci pro Gianecchini ganhar e botei nele mais achei que o Jesuíta pudesse ganhar. Queria que o Gianecchini ganhar depois da injustiça na novela. E fiquei na dúvida se Juliana Paes ganharia por causa da Grazi e também porque a personagem deu uma derrapada. Mais ainda tem outros prêmios que eles podem ganhar como prêmio extra, imprensa, internet e outros
ResponderExcluirSei que não é o tema mas to esperando um texto sobre a volta de O Clone. O novelão tem que ser enaltecido sempre. Você gostou da escolha? Assistiu na epoca? hahaha
ResponderExcluirMaju melhor jornalista foi piada de mal gosto. Ela tem tudo para se tornar uma excelente Jornalista mas ainda não é. Renata Vasconcelos e a Sandra foram injustiçadas.
ResponderExcluirPrecisa mudar alguns critérios dessa premiação. Minhas sugestões
ResponderExcluir1= Deixar claro todas as novelas e seriados que vão participar
Exemplo melhor ator das novelas Espelho da vida , a dona do pedaço , seriado sob pressão....
2= Criar um juri técnico o povo definitivamente não sabe votar, precisa vencer o melhor profissional e não o mais simpático
E esse ano também teve um diferencial dos indicados poderem levar acompanhantes nos bastidores porque antes não tinha eles ficavam na platéia
ResponderExcluirolha o nível desses cantores, musicas e atores/atrizes que concorrem a esse premio, kkk, quanta bosta! Ainda bem que sou velho e saudosista com muito orgulho porque ninguem me obriga a gostar dessa porcariada atual.
ResponderExcluirEu torcia pelas 3, anonimo.
ResponderExcluirObrigado, Gabriella.
ResponderExcluirIsso eu tb, anonimo.
ResponderExcluirValeu, anonimo.
ResponderExcluirExato, anonimo.
ResponderExcluirNem tanto, Matheus.
ResponderExcluirEu ja preferia a Iza, anonimo.
ResponderExcluirPois é, Cammily.
ResponderExcluirVerdade, anonimo.
ResponderExcluirPerfeito, Daiane.
ResponderExcluirPena que esses premios todos nem tem mais trofeu, Cintia...
ResponderExcluirComo assim não tem mais troféu ? O troféu imprensa do SBT tem ou não
ExcluirCarol, foi uma das poucas novelas da Gloria que gostei. Vou ver se faço ano que vem.
ResponderExcluirEntendo, anonimo.
ResponderExcluirTem isso msm, anonimo.
ResponderExcluirVdd, Cintia.
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