A série --- escrita por Marçal Aquino, Fernando Bonassi e Denisson Ramalho (com colaboração de Marcelo Starobinas) --- começou a costurar os episódios graças à chegada de Érika, esposa de um detendo, que se envolveu amorosamente com Adriano. O carcereiro e a misteriosa mulher se apaixonaram e o caso acabou sendo descoberto pelo violento preso que conseguiu planejar uma armadilha para assassinar o protagonista. Porém, a personagem matou o então marido e salvou a vida de seu novo amor. O crime, obviamente, a colocou na cadeia e o fato transformou a vida de Adriano.
O mote da segunda temporada foi justamente a mudança de posição do protagonista. O carcereiro que sempre revistou os visitantes e não se intimidava com os presidiários precisou deixar o orgulho de lado durante as revistas humilhantes realizadas. Também passou a enfrentar os olhares desconfiados das carcereiras durante as visitas ao seu amor.
Ainda fez vista grossa quando Érika ligou para ele usando um celular dentro da cela. Mas tudo parecia valer a pena. A relação teve um bom desenvolvimento dos roteiristas e serviu para expor um pouco a rotina de um presídio feminino, após a primeira temporada ter focado apenas no masculino.
E a entrada de Letícia Sabatella foi um acerto. Érika foi um perfil totalmente diferente de tudo o que a atriz vinha fazendo nos últimos anos e fugiu do esteriótipo da presa totalmente inocente ou da criminosa ameaçadora. A personagem teve boas camadas, despertando empatia em alguns instantes e medo em outros. Era uma mulher extremamente passional. Tanto que seu lado sombrio veio à tona depois que Adriano terminou a relação e contou que tinha voltado para a esposa, agora grávida. A presidiária expôs aquele lado violento visto no dia que matou o marido e fez de tudo para conseguir escapar da cadeia com o intuito de se vingar.
A cena da fuga foi muito bem realizada e a volta que Érika deu nos policiais empolgou. Tanto que resultou no primeiro gancho da série e provocou expectativa para o próximo episódio, algo raro nessa trama. O seriado tem qualidades visíveis, mas não prende quem assiste e nem desperta vontade de não perder algum episódio. A audiência modesta (quase sempre em torno de 12 e 13 pontos) acaba refletindo isso. Porém, o arco dramático dessa personagem e a ótima interpretação de Letícia deram um vigor ao formato. A maior prova foi o total protagonismo da presidiária no episódio exibido semana retrasada (dia 11). Já no capítulo desta terça, dia 25, Érika acabou assassinada ---- após ter tentado obrigar seu ex a matar a atual esposa ---- e o ciclo se fechou. A importância de Adriano pela primeira vez ficou sem segundo plano.
Letícia Sabatella é uma intérprete competente e ganhou uma oportunidade de mostrar uma outra faceta em "Carcereiros". Aproveitou a oportunidade e brilhou merecidamente. Vale lamentar, inclusive, que seu talento tenha sido desperdiçado em "Órfãos da Terra" com a morte precoce e gratuita de sua personagem. Ao menos na série, os roteiristas foram mais inteligentes que as autoras da novela das seis.
8 comentários:
Independentemente da boa ou má qualidade de uma produção televisiva, há exemplos de atores e atrizes que sempre se destacam em todas de que participam. Letícia Sabatella é uma delas.
Guilherme
"Foram mais inteligentes que as autoras das novelas das seis." AMEI!!!!!!!!!!!!! KKKKKKKKKKK
Sabatella, excelente atriz.
Daylights End disse... Galera, essa mulher do Adriano não tem carisma... Ele e a Érica possuem mais química.
Pensem... Adriano traiu a mulher e se envolveu com Érica a enchendo de esperanças, e agora foi o culpado, querendo ou não, pela sua morte. Infelizmente na maioria das vezes a mulher acaba sempre sendo a vítima.
Com certeza, o público ficou arrepiado e extremamente orgulhoso de uma atriz como Leticia Sabatella.
As novelas das 18h são as únicas com conteúdo da verdadeira dramaturgia pois as tramas das novelas de 19h e 21h - com pouquíssimas exceções - perderam qualidade de verdade.
Felizmente, a emissora esta investindo em series de qualidade que o público quer.
A 2a temporada de Carcereiros continua envolvente, além de ser melhor estruturada.
Verdade, Guilherme.
Obrigado, Melissa. kkk
Concordo, Musas.
Concordo, Day.
Postar um comentário