Tiago Leifert parece não ter maturidade para apresentar um reality como o "Big Brother Brasil"

A décima nona edição do "Big Brother Brasil" já é a pior de sua história. Não por acaso vem enfrentando uma péssima audiência ---- ainda herda índices baixos do fracasso "O Sétimo Guardião". Boninho e sua equipe definitivamente não foram felizes na escalação e muito menos na dinâmica da atual temporada. Para culminar, Tiago Leifert vem apresentando um desempenho digno de um profissional despreparado, mesmo em seu terceiro ano no comando do reality.

O apresentador não consegue nem ao menos disfarçar suas preferências e sua descarada torcida. Antes mesmo do programa completar um mês no ar, já ficou perceptível que Leifert idolatra Paula e Hariany. Sempre faz inúmeras brincadeiras com as duas e já defendeu ambas diversas vezes, o que deixa sua conduta simplesmente vergonhosa. Faz questão de reforçar que a dupla é "perseguida" na casa, o que nunca foi verdade, e que dizem tudo o que pensam "na lata", outra mentira. Os fãs das participantes podem torcer à vontade e defendê-las como sempre fazem --- mesmo que algumas situações não tenham defesa. Direito deles e em todo reality tem isso. Mas jamais quem comanda a atração.

É verdade que Tiago nunca teve a capacidade de controlar suas preferências, desde que assumiu o controle do "BBB", em 2017. Vide sua predileção explícita a Emilly no "BBB 17" e sua imensa simpatia por Gleice, Ana Clara e Ayrton, no "BBB 18". No entanto, por mais absurdo que pareça, não era algo tão escancarado quanto está na atual edição.
Isso porque, pela primeira vez, o apresentador tem tentado defender suas favoritas, mesmo diante das várias polêmicas que ambas protagonizaram ao longo dos meses de disputa.

Em virtude das várias denúncias dos telespectadores, o Ministério Público começou a investigar as declarações racistas e de intolerância religiosa de Paula em conversas com Hariany e Maycon. Além de ignorar todo o desconforto que os absurdos ditos pela participante provocou em quem assistia, Tiago ainda chegou a dizer para a advogada que ela não tinha que ter medo de falar nada, em uma de suas várias interações com o grupo nas entradas ao vivo. Também nunca tocou no assunto do racismo, nem mesmo para confrontar os brothers.

Recentemente, quando as duas criticavam de todas as formas Danrley e Rodrigo, em uma conversa com Carolina no quarto do líder, Leifert enfatizou que "falaram sobre o jogo, como qualquer líder". Esse tipo de "observação", por sinal, virou uma constante. O apresentador faz questão de expor para o público a sua opinião sobre o jogo e tenta induzir quem assiste a pensar como ele. É inadmissível algo assim. Inclusive, profere obviedades como se o telespectador fosse burro. Vide o caso também recente em que Paula precisou desempatar a votação do último domingo entre Carolina e Tereza. "Ela deve escolher Tereza", disse. Era óbvio, mas ele viu necessidade de falar isso.

É importante lembrar que Pedro Bial também tinha suas preferências. Porém, o jornalista tentava não explicitar isso em todos os momentos e sua postura na atração tinha credibilidade. Não ficou no posto por 16 edições à toa. Claro que nem sempre conseguia esconder os participantes prediletos e nem tinha como ----- vide seu carinho por Jean, Grazi e Pink no "BBB 5" ou por Alemão, Íris e Fani no "BBB 7", por exemplo ----, mas nunca tentou influenciar a opinião do público e nem tratava os demais moradores da casa com indiferença. Explicar diálogo, então, era algo inconcebível. Agora virou uma constante.

O apresentador se mostra tão "empolgado" com o reality (se comportando como fã) que já cometeu vários equívocos graves no comando, como dizer minutos antes da finalização da prova do líder em que Hana e Carol disputavam, que Carolina era a nova líder. Ela nem tinha sentado ainda no banco que seria do líder. Claro que a atitude provocou suspeitas. Para piorar, na última terça (05/03), durante o paredão falso de Gabriela, Rodrigo e Tereza, disse antes do último intervalo comercial que Gabi e Paula estavam imunes. Ou seja, entregou o resultado antes de anunciar oficialmente aos participantes. Parece um principiante.

Tiago Leifert parece um torcedor que ganhou alguma promoção divulgada pela emissora para apresentar o "Big Brother Brasil". Está faltando maturidade. O jornalista tem carisma e desenvoltura de sobra, vide seu desempenho na época do "Globo Esporte - SP", sua apresentação no "The Voice Brasil" e o programa "Zero 1" que é muito bem comandado por ele. Todavia, sua conduta no "BBB" só vem piorando. Ele precisa entender que o reality não é seu joguinho particular de video-game, onde declara sua torcida e faz comentários entre amigos. É o principal reality show do país movido por seres humanos que erram e acertam. Uma conduta mais responsável se faz necessária até na hora de contornar polêmicas, como as da atual edição que envolveram até a polícia. Até sua favorita Paula relatou nesta quarta-feira (06/03) que nas edições anteriores era evidente a sua torcida para determinadas pessoas. Ela só tentou disfarçar sobre a conduta do apresentador no "BBB 19", mas nem precisava. Todo mundo já sabe.