É a primeira vez na história da teledramaturgia que o mocinho e a mocinha só se encontrarão na reta final de uma novela (mais precisamente no penúltimo capítulo). O clichê sempre acontece na estreia ou, no máximo, no segundo capítulo de qualquer folhetim. Algumas vezes, inclusive, com um amor súbito que acaba não convencendo. Jhin teve a calma de trazer a mocinha para Rosa Branca, através de Alain (João Vicente de Castro), seu então namorado e algoz da vida passada, para inseri-la em um universo que flerta com o absurdo da viagem temporal.
O intuito era primeiramente convencer Cris sobre sua vida passada, para depois levar a protagonista até o passado para descobrir esse amor avassalador de um casal que virou manchete de jornal por razões trágicas, além de desvendar todos os mistérios que cercavam o assassinato de Júlia. Essa missão foi desenvolvida gradualmente e através dela o telespectador foi conhecendo a verdadeira história de amor que não teve um final feliz.
É verdade que Jhin demorou demais nos primeiros meses e afastou o público, mas a riqueza da história era evidente e agora tem se mostrado lindamente costurada.
O primeiro olhar, o primeiro encontro, a primeira transa, o descobrimento das afinidades, todas as dificuldades que Júlia e Danilo enfrentaram; enfim, tudo vem sendo desenvolvido na fase de 1930 e se intensificou quando Cris resolveu ficar no passado até descobrir o final macabro dessa sofrida história de amor, onde a mocinha tem a oportunidade de reviver essa conturbada trajetória de sua outra vida. E as cenas são brilhantemente interpretadas por Vitória Strada e Rafael Cardoso, que esbanjam química e muitas vezes transmitem o amor infinito dos personagens somente pelo olhar. Não são poucos os momentos dramáticos do casal claramente inspirado em Romeu e Julieta ---- até a música incidental que embala o romance é do clássico filme de 1968 sobre a famosa tragédia de William Shakespeare.
A autora ainda se preocupou em criar uma terceira vida para os mocinhos que vem sendo apresentada através de flashbacks desde o primeiro capítulo da novela. Embora o público tenha sido induzido a achar que a mulher assassinada por um homem em cima de um cavalo era Júlia, houve uma importante revelação perto dos últimos meses de trama: aquela jovem era Beatriz. A moça é baleada no peito pelo assassino e logo depois é amparada por um soldado com o rosto de Danilo. Ele mata o monstro que tirou a vida de seu amor, mas não consegue salvá-la. Essa vida (provavelmente por volta de 1800) tem a chave para o mistério de um 'lopping temporal' trágico que acabou quebrado pelo nascimento de André (Emiliano Queiroz) na vida de Júlia Castelo. Por isso, em 2018/2019, a protagonista conheceu Alain (João Vicente de Castro) antes de Daniel. Para poder amá-lo e assim perdoá-lo de seus erros de vidas passadas. Caso conhecesse o mocinho antes, jamais amaria Alain e tudo se repetiria, incluindo seu assassinato. As viagens no tempo são para provar a inocência de Danilo e limpar sua memória, além de desvendar o verdadeiro assassino.
A construção desse amor de várias vidas vem sendo realizada tão minuciosamente que nunca se teve uma expectativa tão alta para o encontro dos mocinhos nas últimas semanas de folhetim. Isso porque Cris acha que a reencarnação de Danilo é Pedro, filho falecido de Margot (Irene Ravache), e Daniel descobriu recentemente, através de regressões com sua psicóloga, que a mulher sempre presente em seu sonho é um amor do passado. Ou seja, Elizabeth está solidificando um sentimento por várias encarnações a ponto do encontro final ser arrebatador. A sua coragem merece total reconhecimento e tem valido muito a pena acompanhar uma saga recheada de desgraças que finalmente terá um final feliz, após tantos séculos de injustiça, ódio e inveja. Tudo, vale ressaltar, graças a André, o fruto desse amor infinito.
A maior prova desse desenvolvimento primoroso da autora foi o capítulo exibido nesta segunda-feira (25/03). A chegada de Daniel a Rosa Branca foi exatamente igual a de Cris, na estreia da novela. Os mesmos olhares, as mesmas angulações de câmera, a mesma música "Always" (Gavin James) e o mesmo texto ------ "Eu conheço esse lugar. Já estive aqui antes. Já vi aquela casa. Sensação estranha, mas tão maravilhosa. De pertencimento. Que coisa incrível. Conheço Rosa Branca. Já vivi nesse lugar". Daniel também saiu de seu carro, atordoado, e deixou a amiga Letícia (Letícia Persiles) para trás. Já Cris saiu do carro encantada com a cidade e deixou Alain para trás. Impossível não ter se arrepiado com a sequência e com a lembrança da mesma situação no primeiro dia de folhetim. Que planejamento magistral.
"Espelho da Vida" é um biscoito fino. Não é um enredo que deixa o telespectador passivo. A história de Elizabeth Jhin instiga quem assiste e faz pensar. Não por acaso há várias teorias, algumas estapafúrdias, de telespectadores apaixonados pela trama. E a autora não poderia ter sido mais feliz na escalação de Vitória Strada e Rafael Cardoso para darem vida aos carismáticos e destemidos mocinhos de sua obra. Que casal!
Texto maravilhoso, como sempre. Retratou exatamente o primor que é este novo conceito de novela. Por mais autoras como a Jhin e mais pessoas de sensibilidade como você.
ResponderExcluirQUE TEXTO DA PORRA!!! NAO QUERO MINHA NOVELA NO FIM!!!!!!!!!
ResponderExcluirSérgio parabéns que lindo texto. Muito seu fã!!!!
ResponderExcluirJhin construiu um Grande Amor de Almas.
ResponderExcluirCris ama Danilo como também Daniel sente algo muito forte pela mulher dos seus sonhos, Júlia. Uma novela riquíssima pelos destalhes, paralelos genias entre passado e presente e um mistério sobre quem matou Júlia e Beatriz...Amei assistir desde o primeiro capítulo e estou muito ansiosa pelo desfecho da drama, já considero a melhor novela da autora !!!
Lindo texto Sérgio, PARABÉNS.
*trama erros em Rosa Branca
ExcluirEsse texto ajuda a desenhar para os BURROS QUE NÃO ENTENDERAM NADA DA NOVELA!!!! OBRIGADA!!!!!!
ResponderExcluirO pessoal enche a boca pra falar da mesmice das novelas e vem essa autora e quebra essa mesmice. Quero ver reclamarem agora.
ResponderExcluirSérgio, apesar de não acompanhar "Espelho Da Vida", as observações que você faz a respeito dela, especialmente esta mais recente, provam que o atual folhetim das 18h15min, junto a "Além Do Tempo" (2015), fugiram das obviedades, ao contrário de "Amor Eterno Amor" (2012), além de apresentarem enredos melhor alinhavados que ela. Excelente crítica como sempre e de costume.
ResponderExcluireu amo essa novela, as cenas foram lindas ontem. só acho que daniel demorou muito pra chegar, pudia ter sido há um mês atrás, ou 15 dias, achei pouco tempo demais. e cris nem está em rosa branca. bejios, pedrita http://mataharie007.blogspot.com/
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, conseguiu explicar o porquê a Cris não ira terminar com o Alain... Tem telespectadores que ainda não conseguiram entender a história da novela e fica torcendo para esse casal. Mas o verdadeiro amor é de Júlia e Danilo e no presente de Cris e Daniel.
ResponderExcluirEu amo uma novela. Eu amo um crítico. Parabéns por mais este texto kindo, amigo ❤️✨
ResponderExcluir* texto lindo
ResponderExcluirErros em Rosa Branca 2 kkkkk
Amo novela linda demais nos tempos de hoje um diamante uma joia
ResponderExcluireu amo essa novela, e seu texto impecável como sempre!
ResponderExcluirEssa novela é maravilhosa, e seu texto também. Parabéns!!
ResponderExcluirPena que já vai acabar...amo de paixão essa novela,Parabéns a autora,uma li da história 🌹❤
ResponderExcluirQUE NOVELA PRIMOROSA! OS CAPÍTULOS DE ONTEM E HOJE FORAM DE ARREPIAR, ALIÁS ESTÁ VIRANDO COSTUME SE EMOCIONAR COM O TEXTO DA JHIN. NÃO QUERO QUE ACABE. DEPOIS DE ALÉM DO TEMPO, NENHUMA NOVELA MEXEU TANTO COMIGO QUANTO ESPELHO DA VIDA. ELIZABETH JHIN É MUITO RAINHA. COMPLETAMENTE APAIXONADA PELO QUE TEM SIDO TRANSMITIDO PELOS PERSONAGENS. OS PARALELOS ONTEM FOIRAM DE ARREPIAR. GRITEI AQUI EM CASA E HOJE ME EMOCIONEI COM O ENCONTRO DE AVÔ E NETO. IRENE RAVACHE, REGINALDO FARIA, RAFAEL CARDOSO E LETICIA PERSILES MARAVILHOSOS. MELDELS, NÃO ACABA ESPELHO DA VIDA, NÃO ACABA. QUERO SABER MAIS SOBRE AQUELA TERCEIRA VIDA
ResponderExcluirSérgio, já dá pra fazer um texto sobre Verão 90 né? O que você está achando?
ResponderExcluirNossa Sérgio, que texto, cheguei a me arrepiar...
ResponderExcluirE também lamentar profundamente por não ter assistido a essa magistral novela...
Me perdoe amigo.. Mas nossa, fiquei impressionada com a sua narração, mexe com a gente, causa até tremores!!
Aqui acompanho o que há de melhor na tv, obrigada amigo!
Um grande beijo e um restante de semana incrível!!
Estou adorando te seguir , ler tudo que vc posta ..como vc disse fui uma das que quase deixou de lado a novela no início mas que voltou devido ao texto , personagens, cenários muito lindos.Apaixonada também !! Bjsss
ResponderExcluirObrigado, Louis.
ResponderExcluirValeu, anonimo.
ResponderExcluirFico feliz, Antonio.
ResponderExcluirMt obrigado, Gabriela.
ResponderExcluirDe nada, Bruna. bj
ResponderExcluirISSO, ANONIMO.
ResponderExcluirMt obrigado, anonimo.
ResponderExcluirIsso realmente, Pedrita. bjsss
ResponderExcluirObrigado, Debora.
ResponderExcluirFico honrado, Rodrigo.
ResponderExcluirVerdade, Unknown.
ResponderExcluirFeliz, Thaliny!
ResponderExcluirPerfeito, Chaconerrilla.
ResponderExcluirValeu, Unknown.
ResponderExcluirConcordo, unknown.
ResponderExcluirFarei, Malu. Mas to achando bem ruim.
ResponderExcluirVc sempre querida, Adriana!
ResponderExcluirMarcia, nao sabe como isso me alegra!
ResponderExcluirQuando uma novela me faz lembrar outra em muitos pontos, acabo desistindo. Esta foi uma delas. Vi o protagonista. Vi igualzinho ao que vi em Além do Tempo. Até a história não deixa de ser parecida, já que é sobre a encarnação das mesmas pessoas anos mais tarde. Interpretado pelo mesmo ator... Não dá.
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