Paródia do "Chaves" marca o ótimo início da última temporada do "Tá no Ar": a TV na TV"

A sexta e, infelizmente, última temporada do "Tá no Ar: a TV na TV" estreou nesta terça (15/01), logo após a também estreia do "Big Brother Brasil 19". E o melhor humorístico do país promete encerrar sua trajetória em grande estilo a julgar pelo primeiro programa, que manteve todas as qualidades já vistas nas cinco temporadas anteriores.

Mas o grande destaque da estreia foi a esquete do "Chaves". Os roteiristas reuniram quase todos os personagens clássicos do seriado mexicano de sucesso exibido pelo SBT e conseguiram inserir uma certeira crítica política. Simplesmente genial Marcelo Adnet vestido com uma farda e imitando o agora presidente Jair Bolsonaro em plena vila, relembrando o sucesso de suas sátiras na época das eleições em vídeos do jornal "O Globo". 

"Sou o novo dono dessa vila daí. Depois de anos de incompetência e má administração, vim resolver essa 'cuestão'. Seu Madruga, é melhor ''jair" pagando os 14 meses de aluguel. Tá desempregado? Vagabundo! Pode prender. E chega de pipipipi. Essa geração mimimi dos vermelhos.
Você pode até chorar porque seu pai deu uma fraquejada. Mas você é homem. Você não tem casa? Vagabundo. Acabou essa mamata do bolsa-barril", disse o militar para Seu Madruga, Chiquinha e Chaves.

O novo dono da vila ainda completou para Dona Florinda, Professor Girafales e Kiko: "Onde está seu marido? Tá tudo errado essa família aê. Você vestindo azul e sem homem em casa. Por isso esse menino é afeminado. E eu posso saber quem é você? Professor? Vagabundo. Namorando mãe de aluno. Ensinando na escola ideologia de gênero, Kit-Gay e Darwinismo." Sobrou até para a claque: "Rá rá rá. Plateia tá rindo? Pode prender a plateia também. Toda plateia demitida. Não. Vou voltar atrás. Agora vou ali na vila do Paulo Gustavo acabar com aquela ditadura gayzista. E cadê o meu motorista que meu filho me emprestou? Não pode vir? Algum problema nisso daí?", complementou o sujeito em referência ao programa "A Vila", do canal a cabo Multishow, e um deboche ao Queiroz, acusado de ser 'laranja' de Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente.

A sátira expôs a coragem do programa que tem a ousadia como principal marca. E, claro, é preciso elogiar as ótimas imitações do elenco. Alem do já citado Adnet, Márcio Vito ficou um Chaves parecidíssimo com o original. Luana Martau de Chiquinha, Maurício Rizo de Kiko, Danton Mello de Professor Girafales, Georgiana Góes de Dona Florinda e Marcius Melhem de Seu Madruga também estavam impagáveis. Foi hilário ao mesmo tempo que preocupante em virtude do atual período do país, onde afirmações estapafúrdias acabam virando verdades.

Mas embora tenha sido a principal esquete, o programa apresentou inúmeras outras sensacionais. As críticas ao mercado da publicidade merecem menção, vide a do absorvente íntimo, "Margarina ITambém - quem define sua família é você", "Posto DR", "Mc Duro" e "Acumuladores de Jabá". A volta do agressivo Jorge Bevilácqua foi outro quadro que se sobressaiu, afinal, o "Jardim Urgente" é um dos maiores sucessos da atração ---- hilária a sua coletânea de DVDs para crianças com "finais realistas" ("Não Encontrando Nemo", "Mogli: comido pelos lobos" e "Esqueceram de mim para sempre").

O "Tá no Ar: a TV na TV" não poderia ter iniciado sua última temporada da melhor forma.