O objetivo, obviamente, é despertar a curiosidade do público e aumentar a quantidade de assinantes da Globo Play, o que fazem muito bem. A série tem uma qualidade inquestionável e o primeiro episódio já engloba praticamente todos os conflitos que permearão o enredo. É uma trama onde a tensão predomina em virtude da complexidade dos protagonistas. Os personagens são construídos com muita riqueza, protagonizando situações de adrenalina extrema e tendo suas feridas físicas e emocionais expostas o tempo inteiro. Não é difícil se envolver com o drama daquelas pessoas, que muitas vezes não aparentam o que são.
A história conta a vida de Dante (Cauã Reymond), coordenador de uma plataforma de petróleo (a PLT-137), que sonha em se tornar gerente do local, mas vê seus planos naufragarem assim que Júlia (Maria Casadevall) chega e "toma" o seu lugar, nomeada pelo pai, Ministro de Minas e Energia.
O protagonista, todavia, se envolve com a enigmática mulher, que, assim como ele, precisa lidar com seus traumas emocionais, criando uma personalidade aparentemente forte. Os atores estão ótimos e honram o protagonismo da produção, protagonizando cenas dramáticas difíceis.
O primeiro capítulo foca mais na vida do explosivo Dante. Sua relação com a problemática Leona (Sophie Charlotte) nunca se estabilizou por causa de suas constantes viagens. A patricinha não tolera as semanas de ausência e sempre faz cobranças. Ela acabou se relacionando com Bruno (Klebber Toledo), irmão do protagonista, e sempre o traía enquanto o rapaz estava na plataforma. Para se vingar, fez questão de contar sobre a traição e Dante não pensou duas vezes antes de confrontar Bruno. Fica claro que os dois sempre tiveram uma convivência mal resolvida por conta de rivalidades na infância. O problema é que a briga dos irmãos ocorreu enquanto Bruno pilotava um helicóptero. A aeronave acaba caindo em alto mar e o irmão de Dante entra em coma. Leona, a contragosto, hospeda o ex-amante em seu desorganizado apartamento e sua instabilidade emocional fica ainda pior. Sophie Charlotte mais uma vez dá um show em cena, comprovando ser uma das melhores e mais prestigiadas atrizes de sua geração. Sua química com Cauã é avassaladora.
Já o segundo episódio expõe a vida de Júlia, que recebeu a ajuda do avô idealista (João Bravo - Osmar Prado) para ser nomeada pelo pai (Horácio Bravo - Herbert Richers Jr.) para trabalhar em alto mar. Ela e João são contra a privatização do setor e defendem a riqueza nacional. E o maior trauma da vida da personagem é mostrado: seu então marido morreu em um trágico acidente de alpinismo, logo após ouvir dela que não o amava. Júlia finge para si mesma que superou o ocorrido, mas sempre que está sozinha deixa a dor tomar conta de seu corpo. E nem conseguiu esconder sua fragilidade emocional quando "celebrou" um casamento na plataforma. Aliás, os demais personagens, embora menos destacados, também apresentam bons conflitos, como a mulher agredida pelo marido (talentosa Vitória Ferraz), que acaba defendida pelo filho sempre que chega de viagem ---- vale elogiar o trabalho do pequeno João Bravo, ótimo, após o Dedé, de "A Força do Querer". Jonathan Azevedo, Taumaturgo Ferreira, Moacyr Franco, Kizi Vaz, Neco Vila Lobos e Cássia Kiss são outros bons nomes.
A série, já finalizada, começou a ser gravada desde novembro de 2017 e as filmagens foram feitas a passos lentos em virtude das dificuldades das cenas ---- cada episódio levou cerca de 13 dias para ser filmado. O esforço valeu a pena. O capricho da produção pode ser visto em todas as sequências e a direção das cenas que representam a loucura emocional de Dante, Leona e Júlia merece uma menção especial. A história, na verdade, consiste em apresentar pessoas que têm suas vidas partidas ao meio: uma parte em alto mar e a outra em terra firme. Ironicamente, a rotina pesada da plataforma, isolada no meio de uma imensidão de água, algumas vezes parece mais "simples", mesmo com os nervos no limite. Mas onde quer que esses personagens estejam, eles nunca estão completos.
"Ilha de Ferro" é mais um produto grandioso da Globo Play e a segunda temporada já foi confirmada. A originalidade também merece menção ---- usar uma plataforma de petróleo como ambiente central engrandeceu o roteiro. A entrega do elenco, a riqueza dos personagens e a adrenalina do enredo prendem o telespectador, que em alguns momentos até se sente "sufocado" diante de tantos dramas complicados. A série merece ser prestigiada.
10 comentários:
Adorei a série mas fico com raiva disso da Globo obrigar a ver na Globo Play. Foi o mesmo com Assédio.
Sérgio, querido, sentiu minha falta? Só Sophie Charlotte pra me fazer voltar... rs Adorei a série e já estou acompanhando na Globo Play. Que atriz é a Sophie e que química com Cauã. Pena que não vai estar na segunda temporada por culpa da desorganização da Globo. Beijos!!
Sergio, vim te avisar que não sei como não consigo entrar no teu blog. Aparecem mensagens de códigos estranhas. Hoje tentei pelo Mozzilla,e depois pelo Google. Após um tempão consegui. O que está acontecendo? Até deixei recado pra ti no Twitter tempos atrás. Asim, não estranha a minha ausência! Tomara consigas ajeitar! abraços, chica
Oi Sérgio, muito boa tarde querido!!
Nossa, essa série lacrou, assisti ontem o capítulo inicial e foi muito empolgante!
Gostei demais da singularidade das cenas, do cuidado da produção...
A queda do helicóptero foi espetacular, com as cenas da na águia, pingos para todos os lados em um impressionante balé do personagem do Cauã!! Incrível mesmo!!
Eu adorei sua descrição, perfeita como sempre!!
Tenha uma semana maravilhosa amigo!!
Beijos!! :))))))
Vi um pedaço ontem e confesso que não curti muito.
big beijos
Isso será padrão, Fernanda.
Melina, tu sumiu mesmo!!! Só a Sophie pra tu voltar. kkkkk
Ja corrigi, Rejane.
Vc tb, Adriana. Bjao
CEntendo, Lulu. bj
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