Ao não homenagear Pedro Bial, por exemplo ---- que teve sua imagem vinculada ao programa por 16 anos ----, a edição expôs a ingratidão da produção do formato e também uma falta de consideração com o público, simplesmente fingindo que o jornalista nunca existiu ali. Nem sequer o citaram uma única vez. E, claro, a ausência do apresentador foi muito sentida. Leifert é desenvolto, mas teve um começo inseguro e estava apático. Com o tempo foi se soltando e até se encontrou na apresentação. Entretanto, acabou se perdendo na sua total parcialidade, não fazendo questão alguma de esconder suas preferências, e ainda interferiu demais no jogo, chegando ao cúmulo de sugerir que o grupo mexicano (quando a casa foi dividida por um muro) escondesse objetos para manter a mentira que eles haviam criado sobre o vencedor da prova do líder.
A edição absurdamente tendenciosa servia de base para o apresentador influenciar o público a pensar da forma como eles queriam, beneficiando claramente Emilly e Marcos, que foram os protagonistas dessa temporada em virtude da fraqueza dos concorrentes. Como os dois rendiam cenas para o programa, a equipe não se preocupou em disfarçar a preferência pelos dois, sempre os favorecendo o quanto podiam.
É óbvio que em todo ano há, sim, momentos em que a atração prejudica uns e ajuda outros, montando quase um enredo de novela para o público. Isso sempre aconteceu. E muitas vezes nem há problema, pois deixa tudo mais atrativo. Porém, na décima sétima temporada foi tudo feito de forma explícita, sem qualquer preocupação com a credibilidade do formato. Afinal, quem assinou o Pay-Per-View constatou a historinha fantasiosa que a produção criou, transformando o trio Emilly, Marcos e Ilmar em heróis e os demais em vilões.
Esse tipo de 'enredo' foi criado de forma muito divertida no "BBB 5", por exemplo, que foi uma das melhores edições. Mas lá era tudo diferente, pois os participantes tinham carisma e havia mesmo uma divisão de 'bem' e 'mal', incorporada até pelos próprios integrantes da casa. Outras edições também tiveram isso, como o "BBB 7" (outra histórica temporada), "BBB 12", entre outros. Só que no "BBB 17' todos eram 'vilões' e a produção ignorou isso completamente. Como já foi mencionado, foi uma disputa sem lealdade, onde um enfiava a faca nas costas do outro em vários momentos. Até mesmo a imunização do Anjo era dada por interesse e não por afeto ou proteção. Foi um ano onde torcer por alguém era uma missão quase impossível. Para culminar, nem embates ocorreram, pois todos preferiam falar somente pelas costas e pela frente optavam pelo clássico fingimento. Um jogo baixo em vários sentidos.
Somado a esse equívoco da seleção dos jogadores, esteve a criação de quadros bobos e sem a menor graça. O primeiro foi uma família de fantoches dublada por Lucio Mauro Filho e Heloísa Perissé. Os bonecos tinham a função de tecer comentários e piadinhas sobre os participantes, mas nunca provocou um riso sequer. Pelo contrário, era constrangedor. O resultado foi o cancelamento da 'família Silva' em menos de um mês, sem maiores satisfações para o telespectador. O intuito disso era substituir as charges de Maurício Ricardo, que foi dispensado nessa edição. Mas deram um tiro no pé. Até porque os desenhos do chargista eram sempre ótimos e inspirados, dando um charme a mais ao programa. Ele fez tanta falta quanto Pedro Bial. E outro quadro sem relevância foi o comandado por Rafael Cortez, que simplesmente lia tweets de telespectadores do Twitter e tecia uma ou outra piadinha a respeito. Uma besteira.
Já as tentativas da produção de mexer no jogo foram inúteis. A criação do muro separando os lados (já feito no "BBB 9"), por exemplo, deixou evidente a intenção de favorecer Emilly, pois a mais votada pelo grupo seria "eliminada", mas posteriormente migraria para o lado mexicano, podendo trazer mais quatro pessoas. Era óbvio que a garota seria a escolhida, pois estava no paredão justamente por causa do voto da casa. Ou seja, ainda fizeram isso com uma votação popular em curso, deixando tudo mais escancarado. E essa falsa eliminação ainda se mostrou uma tentativa de imitar o êxito da Ana Paula ano passado, com a diferença de que no "BBB 16" quem escolheu foi o público, pois houve mesmo um paredão falso. Mas não surtiu efeito, pois a ausência de maiores embates seguiu firme. Só explicitou mesmo o favorecimento, tanto que até Emilly e Marcos chegaram a reconhecer, semanas depois, que foram beneficiados com isso.
As suspeitas em cima da produção só pioraram quando Marcos declarou a Ilmar, nas semanas finais, que alguém disse para ele no confessionário que 'Depois ele comia a Vivian', provocando uma grande bronca da direção minutos depois da sua polêmica fala. Mas, por incrível que pareça, Tiago Leifert nada declarou a respeito no programa e ficou por isso mesmo. Aliás, Marcos se mostrou um mentiroso nato, já que inventou que a polícia foi até a casa para cobrar a pensão que Ilmar tem que pagar ao seu filho. Ou seja, a declaração sobre a Vivian deve até ser mentira, mas uma satisfação ao vivo era o mínimo.
Além de todos esses problemas e equívocos citados, vale mencionar ainda a falta de uso do Big Fone. O instrumento de maior tensão do "BBB" mal foi explorado e isso é um erro que vem sendo cometido há umas quatro edições, é preciso fazer justiça. Não foi um caso isolado dessa edição. Mas, ainda assim, é um erro crasso que prejudica o conjunto, deixando um dia nulo para o formato (normalmente sexta ou sábado). Já a eliminação do Jogo da Discórdia toda segunda-feira foi, sim, mais uma falha específica do "BBB 17". Usaram o recurso pouquíssimas vezes.
Aliás, a produção tentou reverter um pouco a imagem de que estava beneficiando descaradamente Marcos e Emilly nesta segunda-feira (03/04), justamente através de um Jogo da Discórdia que rendeu um festival de questionamentos ao casal utilitário. Roberta, Rômulo, Pedro e Daniel foram chamados para questionarem os participantes com algumas perguntas. Claro que tudo foi direcionado ao par, até porque eles não tiveram nenhum vínculo de amizade dentro da casa, pelo contrário. Foi uma manipulação explícita para diminuir o favoritismo dos dois, após meses apresentando edições tendenciosas vendendo ambos como 'heróis'. E foi válido para expor a verdade sobre eles, mas, ainda assim, acabou vitimando Ilmar, que sofreu várias humilhações dos seus ex-"amigos" e nem serviu para eliminar Marcos e seu machismo explícito, pois a torcida fanática o deixou mais uma vez no paredão da última terça, eliminando Mamão com quase 56% dos votos, de mais de 112 milhões (recorde da edição). Criaram dois monstros e agora não sabem mais como controlá-los.
O "Big Brother Brasil" é um formato vitorioso e para a Globo segue sendo um ótimo produto, pois rende um bom retorno financeiro (mesmo esse ano tendo perdido vários patrocinadores grandes, como a Fiat) e ainda funciona como um 'tapa buraco' da grade pós-novela das nove, que entra em férias. Entretanto, a décima sétima edição foi a pior da história do reality, conseguindo superar até o "BBB 6", considerado o mais fraco até então. A audiência também deixou muito a desejar e acabou fazendo jus aos participantes selecionados e ao conjunto totalmente errôneo visto ao longo de quase três meses. Já vai tarde.
31 comentários:
SÓ LI VERDADES!
Parabéns. Mais uma análise sensata e clara.
Todo mundo que assiste esse BBB deveria ler esse seu texto.Lavou minha alma!
Assino embaixo de cada parágrafo. Se arrependeram agora de favorecer o casal nojo mas é tarde. E deixar esse machista porco do Marcos reflete o caráter dessa torcida fanática nojenta!
Perfeita análise! Não consigo mais assistir.
Concordo totalmente Sérgio.Essa edição é a pior de todas, conseguiu superar as edições 6, 14 e 15 que eu considerei fracas.Marcos ter ficado na casa depois de tudo o que fez foi um absurdo, como o anônimo falou acima só reflete o péssimo caráter dessa torcida fanática.A desculpa deles é que Ilmar desrespeitou a Emily e a chamou de verme.Concordo que ele exagerou, mas a Emily não é nenhuma santa e além disso o Marcos também a ofendeu e colocou o dedo na cara dela.Essa torcida fanática não fala isso e nem se lembra?Não tem coerência nenhuma isso.Gosto da Ieda e da Vivian, mas a sensação é que até elas poderiam ser um pouco melhores, na verdade elas são apenas as menos piores, não há santo nenhum nessa casa.Marinalva deixou de ser planta e cresceu um pouco ultimamente enfrentando o casalzinho nojento, mas se ela for em um paredão com a Emily e o Marcos é óbvio que ela sai.Pra essa edição fechar com chave de ouro da vergonha alheia só falta essa Emily ganhar, coisa que infelizmente tem muitas chances de acontecer.
Olá Sérgio tudo bem???
Não assisto o BBB já faz tempo, mas acompanho pela internet...Realmente essa edição está terrível... Não tem um participante que deveria ganhar, são todos péssimos...
Beijinhos;
Débora.
http://derbymotta.blogspot.com.br/
Graças a Deus me livrei disso....rsrsrs não assisto mais a muitos anos..desde a 3° edição acredito.
Beijinhosss ♥
Blog Resenhas da Pâm
Perfeita a sua análise! Parabéns !!
Que texto, hem! SENSACIONAL!
Sérgio,se o Bial ainda estivesse comandando o BBB,Emiliy e Marcos já estariam fora do programa?
Essa vitória do Marcos contra o Ilmar foi a coisa mais absurda que já vi no BBB,esse casal é completamente insuportável, chega a ser nojento assistir essa edição e ter q olhar pra cara deles. Pra fechar com chave de ouro essa péssima edição só falta um deles ser o campeão, o que não duvido nada dada a torcida fanática de adolescentes deles.
Olá, tudo bem? Na realidade, o BBB6 é a pior edição do reality. Ali, não havia sequer um personagem interessante. Podem falar o que quiserem, mas Emilly e Marcos trouxeram algo para a edição. Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net
Que NOJO desse Marcos!!! Na edição passada por muito menos expulsaram a Ana Paula, cade a produção desse programa? Espero que pelo menos dessa vez ele saia com 100% dos votos, se esse LIXO ganhar o BBB eu desisto do Brasil, sinceramente. Perfeito seu texto.
Se o Bial tivesse apresentando o BBB não tava essa zona aposto.
Que bom, anonimo.
Obrigado, Cézar.
Fico feliz, Fernanda.
Foi bem tarde mesmo, anonimo.
Obrigado, Be.
Assino embaixo, Gustavo.
Infelizmente, Debora....
Faz tempo, Pam... rs
Obrigado, anonimo.
Valeu, Xaiene.
Não tem como saber, Matheus. Mas aquela parcialidade descarada não teria...
Foi um completo absurdo, Ed. Inacreditável.
Discordo, Fabio.
Obrigado, Bianca.
Vdd, anonim0. Mas ele se livrou de uma edição horrorosa.
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