O programa, até hoje lembrado pelo público e pela crítica, ousou ao se dedicar exclusivamente ao sexo feminino, ainda mais em uma época (em pleno regime militar) onde o machismo era quase uma regra na sociedade e os direitos da mulher eram muitas vezes deixados em segundo plano. Marília Gabriela foi a apresentadora mais icônica da atração, que também contou com Irene Ravache, Esther Góes, César Filho, entre outros, no time de apresentadores ao longo dos anos. O formato saiu do ar em 1986 e voltou em 2016, na última terça-feira de maio (31/05), às 22h30, 36 anos depois de sua estreia em 1980.
E foi um ótimo reinício. Marília abriu o 'novo' programa lendo uma carta para Elis Regina, a madrinha da atração, pois foi a primeira entrevistada e voltou várias outras vezes, levando até a filha Maria Rita, que ficou brincando no palco enquanto a mãe conversava com a apresentadora.
Grande amiga da cantora (que faleceu em 1982), a jornalista comentou sobre todas as transformações do país ao longo dos anos e como a sociedade ainda precisa lutar pelos direitos das mulheres, que, embora tenham conquistado muita coisa, ainda ganham menos que os homens, sofrem assédios e têm vários obstáculos a serem derrubados.
A homenagem foi merecida e reflexiva, afinal, além de ter sido emocionante a lembrança de Elis, valeu a pena pensar em tudo o que mudou (e o que não mudou tanto assim) ao longo destes 36 anos. E a estreia ainda contou com uma participação especialíssima: Maria Rita. A cantora foi a primeira entrevistada da nova temporada, fazendo jus ao primeiro ano de programa, deixando Marília com lágrimas nos olhos ao levar a sua filha para a entrevista, imitando o que Elis fez com ela na época. Foi uma atitude simbólica e muito bonita. A conversa, aliás, foi maravilhosa. Marília é a melhor entrevistadora do país e o bate papo fluiu com naturalidade, havendo até pequenas intervenções da bonitinha Alice, que prestou atenção em tudo o que a mamãe falava.
A atração, assim como ocorria na década de 80, conta com um time de comentaristas. Antes os integrantes fixos do formato eram Clodovil, Marta Suplicy, Zora Yonara, entre outros. Agora, o elenco conta com a sexóloga Regina Navarro Lins, o estilista Ronaldo Fraga, a jornalista Flávia Oliveira, a promotora Gabriela Manssur e o escritor Ivan Martins. Há ainda quadros com a autora Fernanda Young e o ator Thedoro Cochrane ----- ele, inclusive, estreou o "Elas na TV" fazendo uma ótima entrevista com Regina Duarte, onde ela falou, entre outros assuntos, da importância do seriado "Malu Mulher" para o universo feminino.
O programa ----- cujo tema de abertura (Cor de Rosa Choque, composta por Rita Lee e Roberto de Carvalho especialmente para a atração na época) foi mantido, mas agora cantado por Tulipa Ruiz e Arnaldo Antunes ----- engrandeceu a grade do Viva e se mostrou atual, até porque a temática nunca deixa de ser relevante. No quesito atualidade, aliás, vale citar uma alteração feita pela equipe. A temporada tem dez episódios e todos já estão gravados, porém, para não deixar a atração alheia aos fatos do cotidiano, a produção fez algumas reedições, inserindo novas entrevistas. Afinal, um formato como esse não poderia deixar de lado casos como o do estupro coletivo sofrido por uma menina de 16 anos no Rio de Janeiro, por exemplo.
Tanto que no segundo programa houve um interessante debate sobre assédio, incluindo uma matéria com opinião do povo nas ruas ("Você se incomoda com o fiu-fiu?" era o tema) e uma ótima entrevista feita por Marília com a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, a ministra Carmen Lúcia. A jornalista ainda teve um bate-papo descontraído com Alexandre Nero (cuja temática do assédio seguiu em debate) e Theodoro Cochrane, por sua vez, conversou com Aguinaldo Silva sobre as suas inesquecíveis personagens. A atração demonstra fôlego de sobra.
O "TV Mulher" é mais uma ótima iniciativa do Viva. O canal novamente está sendo muito feliz ao revisitar programas consagrados da Globo e a ideia de reestrear um dos programas mais lembrados da televisão, justamente por ter sido o primeiro a tratar de temas voltados para o universo feminino, foi extremamente apropriada. Marília Gabriela está, como não poderia deixar de ser, segura no comando, sendo possível observar o seu prazer em voltar com uma atração tão importante na história da tevê. Que venham outras temporadas.
Eu adorei a volta desse programa tão marcante.Marília não podia ficar fora da Tv com o fim do seu programa na GNT. Espero que dure muito.
ResponderExcluirTambém gostei do programa, mas o horário é ruim. Seria melhor às quartas.
ResponderExcluirMuito legal essa volta,adorei! abração,chica
ResponderExcluirFiquei triste com o fim do Marília Gabriella Entrevista no GNT, mas logo fiquei feliz com a volta dela no Viva.
ResponderExcluirEu achei o programa bom, mas erraram mas colocá-lo todo gravado. Um produto como esse precisa ser ao vivo com os temas que estão acontecendo sendo debatidos na hora. Tanto que precisaram inserir de última chora essas matérias sobre o estupro. Não precisava gravá-lo.
ResponderExcluirAdoro Marília, mas achei o programa mais ou menos. Meio frio.
ResponderExcluirO programa merecia ficar fixo na grade.
ResponderExcluirTomara que venham muitas outras temporadas, Bethania!
ResponderExcluirTb acho que quarta-feira seria um dia melhor, anonimo.
ResponderExcluirEu tb, Chica. bjs
ResponderExcluirIdem, Kika!
ResponderExcluirPertinente sua afirmação, Pedro. Concordo.
ResponderExcluirEntendo, anonimo.
ResponderExcluirTb acho, Liliane.
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