domingo, 26 de junho de 2016

"SuperStar" se transformou em um programa de vital importância para o rock no Brasil

O "SuperStar" encerrou a sua terceira temporada neste domingo (26/06), após várias rodadas e algumas ótimas bandas competidoras. Embora não tenha sido tão atrativa quanto as duas anteriores (e do horário vespertino não ter funcionado), a temporada mais uma vez serviu para lançar vários talentos para o mercado musical, incluindo os integrantes da grande final. E um fato que tem se tornado cada vez mais incontestável é a importância do programa para o rock.


A final deste ano contou com três ótimas bandas de rock que também utilizam o pop e o folk: Bellamore, Plutão Já Foi Planeta e OutroEu. Ao longo da temporada, outros grupos também se destacaram positivamente no gênero, como Pagan John, Georgia, Valente e Playmobille. É necessário, ainda, relembrar outros destaques das temporadas anteriores, como Scalene, Suricato, Malta, Jamz, Supercombo, Reverse, Versalle, entre outros. Várias delas, inclusive, triplicaram o número de shows e tiveram músicas em trilhas de novelas.

Portanto, é notória a representatividade que o "SuperStar" passou a ter desde a sua estreia. Mesmo não obtendo índices respeitáveis de audiência e batalhando duro para se manter na liderança, a atração se transformou em uma válvula de escape em um país onde o sertanejo (que deixou de ser o de raiz, virando o chamado sertanejo universitário), o funk e o axé passaram a dominar todo o mercado musical.
Nada contra os gêneros citados, porém, estava a cada ano mais visível o constante crescimento dos mesmos e o quase desaparecimento do rock/pop.

O programa de disputa de bandas serviu para mexer nesse desgastado conjunto. Até porque as bandas desconhecidas jamais teriam oportunidade em outra atração, ainda mais tendo o rock como foco ---- nem mesmo os grupos respeitados vêm conseguindo espaço. A atração comandada por Fernanda Lima reavivou um dos gêneros que já foi o mais escutado do Brasil e, nos últimos tempos, andava a cada dia mais diminuído. Vide as rádios nacionais, que praticamente esqueceram do rock (as únicas que ainda seguem tocando e valorizando os clássicos são a Rádio Cidade no RJ, e a KissFM e a 89 FM em SP), e os programas de auditório, que passaram a priorizar somente os sucessos mais voltados para o sertanejo.

É bom ressaltar que o reality é aberto a todos os gêneros e há várias outras bandas (de forró, MPB e afins) que também participam, fazendo sucesso. Não há restrições ou segmentação. Porém, o rock tem se tornado uma identidade do formato, pois muitos grupos de talento foram apresentados ao grande público, tendo o programa como uma verdadeira tábua de salvação e conseguindo que o telespectador consiga uma diversificação necessária em meio a tantos cantores semelhantes e canções parecidas.

A final da terceira temporada foi um presente para os fãs do rock, pois Bellamore, Plutão Já Foi Planeta (uma das mais completas bandas deste ano, lembrando um pouco o ótimo Pato Fu) e Outro Eu fizeram apresentações maravilhosas, honrando o encerramento da atração. A última etapa, inclusive, serviu para evidenciar ainda mais o quanto que a competição é importante para o respeitado rock and roll. A vitória da Fulô de Mandacaru e a derrota de Plutão Já Foi Planeta apenas comprovam que o rock ainda tem uma longa batalha para conseguir se reerguer perante o grande público.

O Brasil é um país diversificado e todos os gêneros musicais merecem espaço no mercado. Afinal, há músicas para todos os gostos. Entretanto, era uma pena constatar que alguns ritmos estavam a cada ano se sobressaindo mais, enquanto outros iam sumindo gradativamente. O rock era a principal 'vítima' dos 'novos tempos'. A chegada do "SuperStar" serviu para começar a reverter um pouco isso e a missão vem sendo cumprida. Por isso mesmo, ainda que algumas temporadas não sejam tão boas quanto outras, é necessária a permanência do programa na grade da Globo por muitos anos. Os roqueiros agradecem.

16 comentários:

  1. QUE TEXTO FANTÁSTICO! VOCÊ TRADUZIU EM PALAVRAS O QUE EU SEMPRE PENSEI! E A DERROTA DA PLUTÃO É A PROVA COMO O ROCK E O POP FICARAM SUBJULGADOS DEPOIS DESSA PROLIFERAÇÃO MALDITA!

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  2. Parabéns pelo texto consciente e bem construído!De total acordo!

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  3. Oi Sérgio!

    E viva o Rock! Saudades de você! Ando meio ausente da blogosfera, mas sempre que dá, passo por aqui! Muito legal seu texto! :)

    Bjs

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  4. Parabéns pelo seu texto corajoso!

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  5. Viva o rock, bebê! Sábia Christiane Torloni!

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  6. Sempre serei Rock!
    big beijos
    www.luluonthesky.com

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  7. Análise impecável. Eu assino embaixo e ainda faço questão de repetir tudo.O programa virou a única opção para os novos cantores de rock e os fãs do gênero porque não há mais espaço nenhum pra isso no meio do festival de axé, forró e sertanejo que virou esse país.Isso é deprimente.E todos milionários com músicas péssimas.

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  8. Viva o rock, Bia. Tenho percebido sua ausência msm. Saudades. bjs

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  9. Fico feliz que tenha gostado, Thamires! bjão

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  10. Uma questão sobre o superstar, quando passava domingo a noite ele sofria críticas por ser tarde,além de derrotas para Silvio santos desgastar o programa; agora que é na hora do almoço, é cedo demais,fica difícil assim; o programa apesar das dificuldades em termos de audiência, repercuti muito nas redes sociais, ficando varias horas entre os assuntos mais comentados do domingo, merece continuar na grade.

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  11. Fábio, eu concordo, o programa merece mesmo continuar na grade. Expus isso no texto. Mas eu não reclamava do antigo horário. Reclamei desse novo msm pq achei péssimo e a final deu 9 pontos, menos dos 13 e 14 das duas anteriores. Tomara que sirva de lição pra Globo voltar com ele para as noites.

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