Todos já sabem que "Babilônia" é o maior fracasso do horário nobre da Globo e que os baixos índices de audiência são uma verdadeira dor de cabeça para a emissora, que comemora 50 anos em 2015. Assim como é de conhecimento geral que todas as mudanças feitas na novela até agora não surtiram efeito algum e ainda pioraram o que já não estava bom. Porém, todo este conjunto problemático ficou mais evidente depois da entrevista que Gilberto Braga deu a "O Globo", na Revista da TV, no último domingo de maio (31) ----- cujo link você pode acessar aqui.
O autor ---- que escreve a novela junto com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga ---- não havia se pronunciado a respeito da produção desde a sua estreia. Após um longo período calado, ele finalmente quebrou o silêncio em uma longa e ótima conversa. Gilberto sempre foi um escritor polêmico com suas declarações, tanto em relação aos colegas autores, quanto em torno dos atores e de suas próprias novelas. Ele não é de meias palavras e fala mesmo ---- característica parecida (para não dizer igual) a de Aguinaldo Silva, diga-se. Tanto que esta sua recente entrevista não chega a ser surpreendente para quem já leu as várias outras matérias que contaram com sua ilustre participação ao longo destes anos.
Gilberto Braga admitiu a preocupação com a situação 'catastrófica' (segundo o próprio) e disse que pediu para antecipar o grupo de discussão sobre a trama. Foi, inclusive, a partir das informações obtidas neste famigerado grupo (todo folhetim passa por esta 'análise' feita pela própria emissora através de diferentes perfis de telespectadores) que as mudanças no enredo começaram, mexendo, inclusive, nos poucos acertos da história.
O autor não esconde sua insatisfação com a rejeição e declarou que o Brasil encaretou, no que está coberto de razão.
Em meio ao politicamente correto, é impossível não constatar que o conjunto de impedimentos em torno do conteúdo exibido atrapalha qualquer folhetim, independente do horário. Levando em consideração, ainda, que os programas policialescos dos fins de tarde não sofrem qualquer tipo de censura em cima do que mostram (mortes, violência e afins) porque são considerados produtos jornalísticos e não de entretenimento. Porém, o autor se equivoca ao atribuir isso a um dos motivos para o fracasso da trama.
O beijo gay realmente provocou fortes reações, mas se a história tivesse conquistado como um todo esta questão não afetaria em nada o desempenho da novela. Vale lembrar novamente a rejeição ao par homossexual de "Império" (Cláudio e Leonardo), que não prejudicou a aceitação da história de Aguinaldo Silva. E o autor ainda disse que escreveu um selinho entre Estela e Teresa, mas que Fernanda Montenegro sugeriu um beijo mais longo. Mas a cena em si não teve nada demais e o erro foi terem exibido logo no primeiro capítulo, praticamente 'jogando' tudo diretamente pro telespectador, antes de fazê-lo se envolver com o casal. A relação das duas é tão bonita e bem construída que seria bem possível haver uma afeição a elas ao longo da história.
Gilberto se equivoca também ao declarar que o beijo de Félix e Niko só foi bem aceito porque os atores não eram 'estrelas históricas da tv e do teatro'. Mateus Solano e Thiago Fragoso realmente não podem ser comparados a Nathalia Timberg e Fernando Montenegro, porém, eles já haviam feito vários 'galãs' em novelas, e o casal foi surpreendente. Tanto a química, quanto a história que caiu nas graças do público, que praticamente exigiu um beijo no final. Portanto, também havia o risco de ocorrer uma rejeição. Como ocorreu inicialmente, inclusive, com Clara e Marina em "Em Família", porque Manoel Carlos colocou a fotógrafa vivida por Tainá Muller para dar em cima de outra, que era casada, sem nem ao menos se importar com as consequências.
A trama 'muito pesada' também foi motivo de questionamento. Entretanto, esta é mais uma razão inexistente. Toda novela tem maldade e os últimos sucessos do horário tiveram, inclusive, várias situações perversas. Afinal, não é assustador uma mulher humilhar e depois jogar uma criança em um lixão como Carminha (Adriana Esteves) fez com Rita (Mel Maia) em "Avenida Brasil"? Ou então um empresário rico roubar a filha da própria irmã e jogá-la em uma caçamba de lixo como Félix (Mateus Solano) fez com Paloma (Paolla Oliveira) em "Amor à Vida?" E estes dois marcantes momentos ocorreram logo no primeiro capítulo; ou seja, se fosse determinante, provocaria repulsa da audiência logo no início. Só que não provocaram porque os enredos prenderam a atenção e fizeram sucesso, o que não ocorreu com "Babilônia", pois faltou um fio condutor e conflitos que se sustentassem a contento.
Culpar os paulistas pelo fracasso da novela também é injusto. Se a trama estivesse com ótima audiência nos demais estados, a crítica faria todo sentido, mas não é o caso. O jornal Estadão, inclusive, fez questão de fazer um levantamento sobre os índices 'gerais' e a situação não é muito diferente. Até agora "Babilônia" tem 26 pontos de média nacional e 25,5 de média em SP (mercado que realmente vale para a publicidade e a própria Globo ---- esta situação, aliás, deveria ser revista uma vez que a média geral seria bem mais coerente). Estes números são abaixo dos 30 pontos de "Em Família", que era (até então) o maior fracasso da faixa. E no Rio de Janeiro e em Porto Alegre (onde os índices são sempre maiores que SP) as médias diminuíram ainda mais depois das mudanças (agora está com 27,9 e 30 pontos, respectivamente). Já em Belo Horizonte o Ibope marca apenas 21. Portanto, a rejeição foi geral.
Aliás, este comentário sobre a população paulistana foi justamente o que provocou mais repercussão. Isso porque ele chamou os paulistas de 'esquisitos'. A razão para a crítica, além da baixa audiência da novela, foi o fato dos telespectadores terem amado o Jamanta (vivido magistralmente pelo ator Cacá Carvalho), um perfil que o 'resto do país detestava', incluindo ele ----- "Não sei escrever para quem gosta de Jamanta", disse. Só que o personagem que sofria de problemas mentais não era só querido neste estado, uma vez que fez um imenso sucesso por todo o Brasil. Tanto que virou um dos grandes destaques de "Torre de Babel" e voltou anos depois em "Belíssima". Mas na verdade o autor quis apenas fazer uma referência ao humor popularesco que ele de fato nunca dominou ---- e nem foi para atacar Silvio de Abreu, pois os dois são amigos de longa data. A comprovação deste seu 'problema', inclusive, é o núcleo cômico da atual novela encabeçado por Marco Veras, Gabriel Braga Nunes, Igor Angelkorte e Maria Clara Gueiros, que nunca teve graça.
Entre outras partes 'polêmicas', o autor ainda declarou que sofre uma humilhação pública perdendo para "I love Paraisópolis" e ficou com pena das mulheres que têm tesão pelo Marcos Pasquim, transformando o Carlos Alberto em hétero ---- uma das muitas alterações forçadas da história. Alguns o acusaram de torcer para o fracasso da trama das sete, mas foi apenas um desabafo irônico e pertinente porque novela do horário nobre não pode mesmo perder para uma cujo público é bem menor --- em se tratando de números de televisores ligados.
E é sempre válido ressaltar que nem sempre audiência implica em qualidade, por mais repetitivo que seja fazer esta observação. Há tramas com Ibopes altíssimos que não foram boas e outras com números fracos que se apresentaram de forma impecável. Se "Babilônia" fosse uma novela ótima, os números baixos seriam citados, obviamente, mas as qualidades do folhetim com certeza seriam mencionadas. Entretanto, infelizmente, a obra faz jus ao retorno que tem recebido do público. Completamente perdida e com vários perfis e tramas alteradas de forma abrupta, o enredo (que já apresentava sérias deficiências) foi aniquilado de vez. Só restaram mesmo algumas esporádicas cenas merecedoras de elogios (estas quase sempre protagonizadas por Glória Pires, Arlete Salles, Adriana Esteves e Fernanda Montenegro) em meio a um amontoado de sequências desinteressantes.
As declarações de Gilberto Braga provocaram uma 'polêmica' exagerada, mas a repercussão da ótima entrevista feita pelo repórter Zean Bravo acabou sendo positiva porque trouxe a atual novela das nove de volta para o foco, levantando bons debates sobre o atual período do politicamente correto e a respeito dos problemas de "Babilônia", uma produção que lamentavelmente se apresenta de forma totalmente equivocada e que ainda terá três meses pela frente.
Essa cara é um egocêntrico e deveria ser mudo porque cada entrevista que dá só denigre ainda mais sua imagem.Pra eles os pobres são sempre idiotas e os ricos malvados.Agora está colhendo o que plantou com essa novela que não é o seu primeiro fracasso.Deve ser o quarto pelo que sei.
ResponderExcluirÉ a primeira vez que acesso esse blog e talvez vire um leitor assíduo porque gostei desse texto por duas razões:
ResponderExcluir1- Você não atacou o Gilberto em nenhum momento e apenas repercutiu tudo o que ele disse, concordando e discordando de cada argumento.
2 - Você fez questão de reforçar que audiência nem sempre implica em qualidade e que a polêmica em cima dessa entrevista foi exagerada.
3 - Citou todos os problemas da novela e as alterações equivocadas feitas em busca de maiores índices, prejudicando o elenco e a narrativa dos personagens.
Finalizando, meus parabéns! Um grande abraço e bom feriado!
Uma correção: cito duas razões por ter gostado da sua postagem e cito três. Falha minha, me perdoe.
ResponderExcluirVC ATÉ TENTOU DAR UMA DEFENDIDA NO GILBERTO MAS NÃO ADIANTA ELE ATIROU A PEDRA E AGORA QUE AGUENTE AS PEDRADAS.
ResponderExcluirÓtimo seu texto repercutindo o conteúdo da entrevista e os problemas dessa novela horrível. E fiquei desesperada depois que li aqui que ainda tem mais 3 meses! E Sete Vidas só tem mais um???? A Globo é louca viu!
ResponderExcluirFácil colocar a culpa em um alegado conservadorismo do público...
ResponderExcluirVeja o caso de casais gay atualmente no ar.. . Em 7Vidas existe essa questão, tratada de modo natural, algo da vida das pessoas... Não é um espetáculo, um gancho que se pretende impor à estória... Não há nenhum sinal de resistência à personagem Esther, por exemplo...
Acusar o público é fácil!
Parabéns pelo texto, Sérgio. E em Sete Vidas a Licia está abordando a homossexualidade através do Eriberto e da Esther e não há choque porque tudo é feito de forma linda e competente. Ele não fez isso em Babilônia e como vc bem colocou jogou um beijo logo na estreia e ainda culpou a Fernanda Montenegro. Papelão. A novela que é ruim e não agradou porque não tem história, só panfletagem de temas polêmicos de uma forma gratuita. Essa rivalidade da Inês e Beatriz virou uma piada repetitiva com esse papo de assassinato que já deu o que tinha que dar. Não dá pra assistir essa novela. E nessa entrevista ele prova que tá escrevendo bastante ao contrário do que dizem os defensores dele, culpando apenas o João e o Ricardo pelo fracasso.
ResponderExcluirTudo bem q realmente o público ta meio careta, mas ele não pode culpar o fracasso da novela só por isso, como vc bem falou falta um fio condutor para a trama. O núcleo principal q era o q mais prometia tbm não empolgou, com excessão do primeiro capítulo, isso pq rapidamente elas viraram aliadas e a trama q movimentava a novela ficou andando em círculos, tanto q tiveram q antecipar a reviravolta na trama criando aliás uma história de vingança q não convenceu.
ResponderExcluirIsso sem falar nas inúmeras mudanças q só fizeram piorar a novela, eles simplesmente esqueceram de contar a própria história e foram querer agradar todo mundo, o q impossível, resultado, não ta agradando ninguém.
Ótimo texto.
Um autor tão renomado e tão arrogante... Todas as entrevistas dele está depreciando alguém.Já falou mal até de atores que ele mesmo escalou.E como ele pode falar mal do Jamanta se ele criou aquele personagem retardado do Ricardo Tozzi em Insensato Coração? Esse sim não tinha graça e era irritante. Essa novela é uma das piores já colocadas no horário nobre e merece todo o fracasso. Tenho pena dos atores que são talentosos em sua maioria.E o Gilberto ainda é mentiroso porque inventou que a audiência está alta em todo país.Piada.
ResponderExcluirSergio, ele foi infeliz em mencionar os paulistas, já que a novela tem merecido rejeição por todo o país. Creio que se perderam e o público percebe isso. Sua análise é coerente, pois mostra o que de fato está acontecendo. Bjs.
ResponderExcluirOi, Sérgio, você, como sempre, demonstrando muito equilíbrio e sensatez em seus comentários.
ResponderExcluirVê só, Sérgio, sempre quando uma novela apresenta rejeição de cunho moral, vejo vez ou outra alguém alegando: ah pior do que isso são os programas policiais que falam de violência o tempo inteiro. Esses, sim, deveriam ser banidos da televisão!
Particularmente considero esse comparativo de uma infelicidade extrema porque, como você bem disse, são produtos diferentes, com naturezas distintas, tendo, por isso, cada um o seu próprio perfil e até os policialescos evitam determinados tipos de imagem para não chocar negativamente o público...
Então apelar para repórteres policiais para se posicionar contra a sova moral sofrida por um determinado folhetim é, a meu ver, um argumento um tanto pobre...
Só dando um exemplo grosseiro: imagine um alimento que você goste muito... Vou aqui exemplificar: salmão. O fato de você gostar desse peixe não quer dizer, por exemplo, que queira comer um bolo com gosto dele porque simplesmente bolo não é para ter gosto de salmão...
Mutatis mutandis em se tratando de televisão é a mesma coisa... Novela é novela, policialesco e policialesco... São produtos de natureza distintas e, por isso, não caberia, nesse contexto, esse tipo de comparação para demonstrar que Babilônia estaria sofrendo críticas injustas do público....
Babilônia é um folhetim mal conduzido... Equivocadamente ousado eu diria... O casal gay de império foi rejeitado. Em contrapartida, o comendador foi um personagem muito bem aceito pelo público em geral, mas Babilônia tem nenhum personagem com esse potencial e olha que a novela tem uma escalação de peso... Só atores queridos e consagrados pelo público e com trabalhos de grande repercussão...
Beijos, Sérgio!
Vc ja percebeu que os velhos autores das 9 estão perdendo a mão? Esse aí por exemplo, Insensato coração foi bem ruinzinha, agora Babilonia é uma verdadeira merda, Glória Perez, escreve a mesma novela desde O clone, Silvio de Abreu desistiu de vez depois da chata Passione e do remake flopado de Guerra dos sexos, Agnaldo Silva deu uma dentro com Imperio, mas comparada a outras historias q escreveu, decaiu mt...
ResponderExcluirManeco não precisa nem comentar né, Benedito escreveu uma ruim (Esperança) e praticamente aposentaram ele, oq sera q aconteceu com a criatividade desse pessoal?
ResponderExcluirOlá Sérgio,
Não tinha lido a entrevista, mas o fiz agora.
Penso que uma novela deve prender o telespectador logo de início, pois assim ele engrena na assistência da mesma e ainda que ocorra um período mais morno e desinteressante, ele continua a assistir, pois cria expectativas quanto aos rumos dela. Todavia, 'Babilônia' não encantou desde o início. Pelo menos a mim. E não acho que foi o beijo gay o vilão da história, pois polêmicas são comuns a respeito de determinados temas. Concordo, todavia, que o beijo impactou a princípio, o que não ocorreria se a história tivesse envolvido os telespectadores. Na verdade, a novela está mesmo catastrófica, independente das alterações que estão sendo feitas no sentido de regatá-la. Lamento que a trama ficará no ar ainda por três meses.
Ótimas e coerentes considerações.
Abraço.
ResponderExcluirOps: resgatá-la. Engoli o 's'- rsrsr.
Sérgio, querido, texto impecável como sempre. Você conseguiu ser imparcial e colocou esse autor egocêntrico no bolso. Nunca gostei dele e na minha opinião Vale Tudo só foi a novela que foi pelo Aguinaldo e Leonor Brasseres porque sempre que ele escreveu sozinho expôs suas deficiências como novelista. Essa novela é um horror e pensei que nada superaria Salve Jorge, Insensato Coração e Em Família, mas superou. A novela já era ruim e com as mudanças ficou pior. Lamento muito que a minha queria Sophie Charlotte esteja numa trama tão mal realizada e escrita. Não tenho penha só dela, da Fernandona, da Nathalia Timger, Arlete Salles, Adriana Esteves, Gloria Pires... Muita gente talentosa não merecia estar passando por isso. E eu não sou paulista e adorei o Jamanta. Ele sim tinha graça e foi popular, não isso aí que esse autor chama de núcleo cômico. Um beijo.
ResponderExcluirTodas as novelas do GB dos anos 80 eram excelentes: Agua Viva, Louco Amor, Corpo a Corpo, Brilhante, Vale Tudo e a ultima boa dele foi O Dono do Mundo(quem esta acompanhando sua reprise pode comprovar). A partir de Patria Minha(péssima) nenhuma novela das 8 dele prestou. Eu acho que todos os grandes autores da década de 80 caíram muito nos anos 90 em diante. No caso especifico do GB seu estilo não combina com os dias atuais, talvez se essa Babilonia tivesse sido feita na década de 80 com os costumes daquela época, os atores daquela época, você ia ver a diferença. Basta ver que remakes de novelas ótimas ficam péssimos, é a minha teoria. O texto do GB não combina com aquele povo mais novo ali de jeito nenhum, apesar de que pelo que eu leio a trama da novela é bem fraca, o GB parece sem criatividade e desmotivado.
ResponderExcluirVocê conseguiu detalhar todos os problemas dessa novela perfeitamente.
ResponderExcluirA história está perdida. Tentaram salvar mudando algumas coisas, mas ficou ainda pior.
"Em Familia" era ruim, mas "Babilônia" é bem pior. Pra você, Sérgio, entre as duas, qual a menos ruim? Bjssss
concordo com a tua análise. aliás as ultimas novelas da globo estão péssimas, a fórmula cansou. Lima Duarte disse que a globo exibe sempre a mesma novela e eu concordo com ele. bjs
ResponderExcluirNovela é um produto ultrapassado, é coisa do século passado. Por isso só as antigas é que prendem a atenção da gente. As de agora eu não suporto, nenhuma!
ResponderExcluirParei definitivamente de assistir novelas, não tenho mais paciência.
ResponderExcluirAlgo a comentar...
ResponderExcluirGilberto em suas declarações fez o que todos nós fazemos ao expressarmos nossa opinião sobre os temas televisivos. Não há motivo algum para nenhum tipo de polêmica. Discordemos ou não é a opinião dele e ponto.
Todo esse "bafafá" com relação a "Babilônia" se resume ao fato de que a novela é péssima mesmo. Os motivos já discorremos aqui a exaustão.
Um ponto importante de temos que salientar e a cúpula da tv Globo sabe disso é que o perfil do telespectador nunca permanece o mesmo. Uma novela hoje pra atingir o sucesso e uma boa repercussão tem que ser muito boa mesmo. Saber se uma novela hoje vai ser um grande sucesso, um grande fracasso ou se vai passar despercebida é algo quase sempre improvável.
Todo autor quando prepara uma novela, torce e acredita que o público vai gostar, porém quando o produto vai pro ar o resultado pode ser bem decepcionante, talvez esse seja o motivo do Gilberto não entender o fracasso da sua história atual.
Agora é interessante notar que surge uma espécie de crítica também ao assim chamado público conservador. A "família tradicional" brasileira é chamada de careta e é culpa dela as transformações que foram necessárias no equivocado enredo de "Babilônia".
Em "Roda de Fogo" o protagonista Renato Villar do brilhante Tarcício Meira era um machista, bandido do mundo da contraversão, assassino e um homem frio e calculista. Mas diante de uma doença inesperada e de uma paixão pela juíza Luiza da bela Bruna Lombardi, o público comprou a história e a novela do Lauro César Muniz foi uma das mais bem escritas da história da teledramaturgia.
Em "Roque Santeiro" o antológico Sinhozinho Malta do impagável Lima Duarte era um coronel assassino e que enganava toda uma cidade tendo como cúmplice a falsa viúva Porcina da grande Regina Duarte. Esses personagens de "mal caráter" se tornaram nos protagonistas de maior sucesso da história das novelas até hoje lembrados, insuperáveis.
A "Tiêta" da Bety Faria era uma prostituta de luxo, e foi o melhor e mais querido papel dessa atriz na tv. E essa novela foi a novela das oito de maior audiência da história.
O Casal gay Félix e Niko tiveram uma narrativa bem construida pelo Carrasco em "Amor à Vida" e o terno beijo no final foi só a cereja do bolo.
Eu poderia citar aqui diversos outros exemplos de outras novelas com perfis "tortos" e com "tramas pesadas", mas que tiveram uma narrativa bem apresentada que prendeu a atenção do público noveleiro.
Agora brincando um pouco, eu acho que não sou "esquisita" segundo o Gilberto, pois eu detestei o Jamanta em "Torre de Babel" e detestei mais ainda em "Belíssima", onde o achei absolutamente desnecessário, mas o sucesso dele foi um fato.
É isso, um grande abraço e até a próxima...
Sérgio eu acho que tramas pesadas e com personagens muito polêmicos não combinam com o perfil de uma telenovela. O público rejeita mesmo. Torre de Babel de Sílvio de Abreu sofreu o mesmo tipo de rejeição e eu me lembro na época que era uma trama bastante violenta e ainda mais substituindo a bem sucedida Por Amor de Manoel Carlos. Na época de Torre de Babel o Sílvio fez profundas alterações que colocaram a novela no rumo certo e ao invés de modificar drasticamente o perfil dos personagens ele optou por sumir com muitos deles através da explosão de um shopping. Silvio inclusive disse em uma entrevista que a audiência interfere no processo criativo de uma novela e muitas vezes os autores tem que trair a ideia original e levar a história como um folhetim tradicional.
ResponderExcluirNão vejo motivo pra tanta polêmica girando em torno dessa novela Babilônia. Como disseram acima, não há como adivinhar se uma história vai agradar ou não ao público. A novela tem que começar. Começou e não agradou, tem que tentar mudar e consertar. Se as mudanças não derem certo, então tem que antecipar a reta final e acelerar a produção da próxima. E é exatamente isso que está acontecendo. Isso porque a televisão sobrevive da audiência. E daí que o público encaretou? Novela não é produzida pra agradar o ego dos seus autores e sim agradar ao público que sintoniza a tv naquele momento pra se divertir.
ResponderExcluirA novela é chata, o filtro escuro cansa, os personagens são desinteressantes, a abertura é podre, a historia é vazia. E também acho que o formato das novelas se desgastou,e as novelas empobreceram muito, antigamente era preciso muita criatividade pra bolar as tramas. Exemplo: em Vale Tudo a Maria de Fatima armava mil situações numa época em que não existia celular, internet, etc. Lembro da cena em que ela esperava na mansão dos Roitman o seu amante César entregar um anel que ela ganhou do Afonso e havia vendido, e pra se comunicar com ela o César ia toda hora num telefone publico e mandava o mordomo Eugenio chamar a Fatima se passando por jornalista, ou seja, o autor tinha que ter muito mais criatividade naquela época.
ResponderExcluirSérgio, achei a entrevista do Gilberto Braga deprimente. Não só por causa do preconceito dele contra os paulistas (o que é ridículo), mas também porque ficou claro que ele está perdido, não sabe o que fazer com a novela. Apesar de muitas pessoas já terem apontado que a trama essa fraca, o Gilberto continua não enxergando isso e se espanta que ela não faça sucesso... Daí ele diz que para melhorar a novela, vai investir mais no núcleo cômico... que é uma das piores coisas de Babilônia. E daí ele diz que vai criar um novo mistério, para deixar a história mais interessante. Só que o novo "mistério" é uma coisa super sem graça (alguém vai sabotar a barraca da Regina e ela vai tentar descobrir quem fez isso... Fala sério, não dá pra inventar algo mais criativo?). Não sei, parece que o Gilberto Braga não sabe mais escrever novela. Ele deveria se aposentar, para não passar mais vexame.
ResponderExcluirSérgio,lembrando q a Glória Pérez adotou comportamento parecido ao de Gilberto Braga em ´´Salve Jorge´´.
ResponderExcluirAcho que ele foi muito infeliz em várias declarações, por que o público não rejeita a novela por isso ou aquilo, rejeita por que é ruim mesmo. Dia desses fui tentar assistir uma cena e que horrível! O carro da Inês deu uma batidinha em outro carro e explodiu, achei isso bem tosco. Esse negócio de só os paulistas rejeitarem é uma grande mentira, por que lá ainda consegue uma média de 25 pontos, aqui na minha cidade não passa de 18. O Brasil inteiro rejeita a novela. A trama era fraca e ficou ainda pior quando mudaram tudo e criaram uma novela dentro da novela. Acho que essa novela já empata com Em Família e Geração Brasil no quesito pior novela de todos os tempos. Ansioso pela próxima, apesar de que poucos atores me chamaram atenção.
ResponderExcluirAh, eu não sou paulista e detestava o Jamanta mesmo, mas muita gente que eu conheço gostava. Então essa informação não é verdade também.
Esse núcleo de humor que ele vai apostar eu nunca vi, mas só pelo que leio na Internet já imagino a lástima que deve ser. Gilberto Braga tem muitos sucessos, mas tem cada fracasso também...
Abraços
Faltaram autocrítica e humildade a Gilberto Braga. Ele precisa reconhecer que Babilônia fica muito a dever às suas tramas anteriores.
ResponderExcluirnovela patética.
ResponderExcluirPrimeiramente, desculpe pela demora em responder todos.
ResponderExcluirEle é bem arrogante msm, Ulisses.
ResponderExcluirNossa, Antunes, seu comentário me deixou bem feliz. Mt obrigado. Espero que vc vire assíduo mesmo. abraços!
ResponderExcluirEu defendi o Gilberto ONDE, anonimo?
ResponderExcluirObrigado, Gabriella. Pois é, Sete Vidas tá acabando. Mt triste. bj
ResponderExcluirBom o seu comentário, anonimo.
ResponderExcluirObrigado, Ana. E é verdade, a entrevista só comprova o óbvio, é claro que ele tá escrevendo mt tb. A culpa por tudo é dos três e pronto. A novela é mt fraco e ficou ainda pior. Pois é, em Sete Vidas tudo é abordado lindamente. bjs
ResponderExcluirObrigado, Gabriel. E eu assino embaixo do seu ótimo comentário!
ResponderExcluirNossa, é verdade, William. Aquele Douglas era insuportável msm. E a audiência tá baixa no país todo. abçs
ResponderExcluirObrigado, Marilene. É verdade. bjs
ResponderExcluirMuito obrigado, Fabíola. E vc dissertou mt bem sobre o assunto e concordo que o problema da novela foi o conjunto equivocadamente construído, cujas tramas não despertaram atenção e se preocuparam apenas em chocar, nao em entreter. O resultado ta aí. Beijos.
ResponderExcluirRodrigo, concordo com seu comentário, mas discordo totalmente sobre o Silvio. Achei Passione maravilhosa e Guerra dos Sexos mt gostosa de se assistir. Mas dos outros, eu concordo. E Insensato foi horrível, mas essa é ainda pior.
ResponderExcluirObrigado, Vera. E a novela não desagradou só a vc, não, foi a milhares de pessoas. Não tem mais jeito, é um horror. bjs
ResponderExcluirMt obrigado, Melina. Tentei ser justo. E eu tb amei o Jamanta. Me diverti com ele nas duas novelas. Tb lamento Sophie estar nessa novela, assim como todos esses outros grandes nomes. Pena. Bjssss
ResponderExcluirA trama da novela é péssima, Paulo. Não prende atenção e nem fio condutor tem, tá tudo solto.
ResponderExcluirOlha, Juliana, como essa ainda não acabou, fica difícil dizer, mas até agora tá sendo tão ruim quanto a outra. Complicado. bjs
ResponderExcluirJeanne, Sete Vidas é maravilhosa. bjs
ResponderExcluirDiscordo, Luiz, novela é um gênero que continua forte no país.
ResponderExcluirOk, Carlos.
ResponderExcluirF Silva, mais um excelente comentário seu. E gostei dessas suas outras comparações porque são extremamente verdadeiras. Não tem nd a ver o fato da trama ser pesada e sim a trama ser ruim. Eu citei como ex Carminha e Félix que cometeram barbaridades e foram sucesso. O problema é que os autores criaram os personagens e se esqueceram de criar a motivação deles, a trama, os conflitos, enfim tudo que preenche uma boa novela. Só bom ator e personagem não fazem milagres. Concordo com tudo o que vc disse, menos sobre Jamanta pq achei o personagem maravilhoso e hilário.
ResponderExcluirIsso depende, anonimo, se a trama for pesada mas apresentar contrapontos mais leves, funciona. Torre de Babel começou mt pesada msm mas o autor conseguiu deixá-la ótima, a transformando em um sucesso. E não preciso atenuar maldades, apenas fez ajustes necessários que funcionaram.
ResponderExcluirConcordo, anonimo.
ResponderExcluirAnonimo, eu já acho que antes era mt mais fácil fazer novela pq não tinha tanta facilidade tecnológica. Eles têm que ser mais criativos é agora, onde qualquer coisinha mais absurda é notada e criticada.
ResponderExcluirRosana, tb achei esse elogio ao núcleo cômico que ele fez algo surreal. E esse troço da mulher misteriosa que sabota Regina não desperta interesse algum. Mt bom seu comentário .bjs
ResponderExcluirVerdade, Matheus. Mas no caso dela até tinha um atenuante pq muita gente a atacava no Twitter.
ResponderExcluirPois é, Ed, a novela era fraca e ficou ainda pior depois das alterações. Está sendo rejeitada porque é ruim mesmo e pronto. E eu amava o Jamanta. Abraços!
ResponderExcluirÉ até normal, Elvira, os autores não reconhecerem erros, mas essa novela é muito ruim e uma verdadeira catástrofe. Bjs
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