Exibida entre abril e outubro de 1985, "A Gata Comeu" foi mais um fenômeno da saudosa Ivani Ribeiro. A novela era um remake de "A Barba-Azul", trama escrita pela mesma autora em 1974, na Tupi. A trama, dirigida por Herval Rossano, foi um sucesso de audiência (média geral de 59 pontos, o maior índice do horário das 18h da Globo) e repetiu o êxito nas duas vezes que foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo": entre fevereiro e julho de 1989 e entre julho e dezembro de 2001.
A história primou pela simplicidade e não precisou de dramas muito rebuscados para conquistar o telespectador. Jô Penteado (Christiane Torloni) era uma patricinha mimada e voluntariosa que fazia seus namorados de gato e sapato. Ficou noiva sete vezes e, mesmo com tantos relacionamentos, nunca conseguiu se apaixonar de verdade. Mas tudo mudou quando ela conheceu Fábio (Nuno Leal Maia), um professor, viúvo e pai de dois filhos, cuja principal característica era o gênio forte. O tradicional clima de 'tapas e beijos' norteava a relação do casal protagonista.
Eles se aproximaram em uma excursão. Porém, a aproximação foi forçada. A lancha onde o grupo estava quebrou e todos ficaram em uma ilha deserta por dois meses, sendo, inclusive, dados como mortos. Este período, com os personagens centrais isolados do mundo, ficou marcado na memória dos telespectadores.
Tanto pela situação inusitada (mas, clichê em qualquer obra ficcional), quanto pelas inúmeras provocações e brigas protagonizadas pelo par principal da novela, que se xingava com frequência.
Jô e Fábio também se estapeavam, uma vez que ele revidava todos os tapas que levava dela. Talvez hoje em dia, em virtude do cansativo politicamente correto que impera na televisão, este tipo de cena não pudesse mais ser colocada no ar. Mas além dos constantes embates, o casal também teve o romance atrapalhado pela venenosa Gláucia (ótima Bia Seidl), uma das irmãs da mocinha, e pela noiva do professor ---- Paula, vivida por Fátima Freire.
A protagonista, que sofria de sonambulismo, era filha do poderoso Horácio (Mauro Mendonça) e tinha como melhor amiga a irmã Lenita (Débora Evelyn). Já o grande amor de sua vida lutava para criar seus dois filhos sozinho (interpretados por Danton Mello e Kátia Moura). A diferença social, obviamente, foi outro fator que afetou a relação, embora a personalidade forte de ambos fosse o principal empecilho do aguardado final feliz.
Christiane Torloni e Nuno Leal Maia tiveram uma incontestável química e honraram o protagonismo da novela. Eles formaram um divertido casal, cujo ódio foi se transformando em amor à medida que os turrões se conheciam mais profundamente. Um acabou sendo o responsável pela mudança do outro. E as cenas românticas eram bem mescladas com as cômicas, o que evitou um esgotamento da trama, uma vez que as idas e vindas foram inúmeras.
Entre os núcleos paralelos, vale destacar a história do Vitório (Laerte Morrone), homem que se fazia passar pelo Conde de Parma para impressionar Gláucia, sua namorada. Mas ele na verdade era garçom em uma cantina italiana. Outros personagens que agradaram foram Gugu e Tereza (pais de Babi - Mayara Magri), vividos por Cláudio Corrêa e Castro e Marilu Bueno. Os dois formaram uma dupla maravilhosa, que brilhava junto com Norma Geraldy, intérprete da Dona Biloca.
José Mayer também se destacou e foi seu personagem o responsável pelo problema na lancha, que resultou na permanência forçada do grupo do núcleo principal em uma ilha deserta. Edson pretendia fugir com o dinheiro dos passageiros para pagar uma dívida, mas se regenerou no final e ficou com Lenita. Ele teve uma boa sintonia com Débora Evelyn.
Além dos atores já mencionados, é preciso mencionar ainda Anilza Leoni (Esther, madrasta de Jô), Nina de Pádua (Ivete), Roberto Pirillo (Tony), Dirce Migliaccio (Conceição), Rogério Fróes (Martim), Aracy Cardoso (Zazá), Jayme Periard (Tito), Rogério Cardoso (Brandão), Oberdan Júnior (Xande), Élcio Romar (Braguinha), David Pinheiro (Zé Bento), entre outros. O elenco, aliás, não era muito numeroso.
"A Gata Comeu" foi um dos muitos sucessos da genial Ivani Ribeiro. A autora tinha um dom para criar história apaixonantes e sua ausência até hoje é sentida. A teledramaturgia perdeu muito com sua morte. Mas o legado fica e esta deliciosa e despretensiosa novela é um deles.
Novela das seis boa, simples e bem escrita. Artigo em falta hoje em dia ainda que Sete Vidas seja um bom trabalho.
ResponderExcluirA Gata Comeu é uma unanimidade, ô novela boa! Cristiane Torloni certamente viveu o melhor papel da sua carreira. Assisti em 85, foi um fenômeno na época. Aliás é difícil uma novela da década de 80 que seja de fato ruim ou descartável, parece que tudo feito naquela época era genial. A empolgante abertura já dava vontade de assistir(ao contrario das atuais), a trilha sonora com mega sucessos de 1985 é espetacular, a internacional principalmente. Torço pra ser exibida na integra no viva porque assim é bem melhor, lembro ate hoje da vinheta do "a seguir cenas do próximo capitulo" que no vale a pena ver de novo é cortado. Ah, sabia que o viva, atendendo a pedidos, vai exibir mais novelas dos anos 80? A próxima será Cambalacho ou Sassaricando, ambas deliciosas tramas do Silvio de Abreu. E que venha A Gata também e tantas outras dessa época maravilhosa.
ResponderExcluirA novela foi muito boa, Sérgio. E Christiane Torloni era sempre valorizada pela Ivani. Tanto que suas duas melhores personagens são da autora: a mocinha Jô dessa novela e a mocinha Diná de A Viagem. Duas mocinhas ótimas. O que é raro hoje em dia, não é? Bjs
ResponderExcluirAdoro suas sessões retrô!
ResponderExcluirFoi muito legal e lembro que adorava ver! Aproveito pra desejar uma linda e FELIZ Páscoa! abraços, chica
ResponderExcluirOlá, Bom dia,Sérgio
ResponderExcluirverdade, a saudosa Ivani Ribeiro e suas histórias simples e apaixonantes ...também acho que com o politicamente correto que impera na televisão, essas cenas com o revide de tapas seriam cortadas ou gerava uma polêmica ,tal qual uma mulher que ficasse noiva sete vezes e fizessem dos homens "gato e sapato", hehehe...lembro pouco, mas os personagens centrais isolados do mundo, ficou marcado mesmo.. agradeço pelo carinho, feliz continuação da semana, belos dias, Feliz Páscoa,abraços!.
Nossa, Sérgio que grata surpresa esse post sobre A gata comeu...Uma das muinhas novelas preferidas, ao lado de Rainha da Sucata (pode fazer um post sobre essa?kkk),Mulheres de Areia,Direito de Amar e tantas outras, de um tempo em que as história primavam pela simplicidade e emoção, onde assuntos polêmicos eram tratados com respeito e não como bandeira ou arma para ter mais ibope...Sinto saudade dessa época, sabe...Falando nisso, estou encantada com uma novela turca que está passando na Band, Mil e uma Noites...Enfim, os autores atuais deveriam perceber o quão carente de boas histórias o público está...
ResponderExcluirNovela maravilhosa e bem feita. Poderia ser reprisada novamente. Adorei relembrá-la, Sérgio. E atualmente a novela mais linda e mais interessante no ar é Sete Vidas. Tenho adorado acompanhar.
ResponderExcluirMuitos dizem que A Viagem foi o maior sucesso da Ivani. Foi sucesso mesmo mas o maior foi A Gata Comeu.
ResponderExcluirQuanta diferença da programação da globo naquele ano e hoje. Só novelão: A Gata Comeu, Tititi e Roque Santeiro. Só programas de alto nível, tinha Balão Magico de manhã pras crianças, Armação Limitada a tarde pros adolescentes, e quando chegava da aula ia correndo assistir A Gata Comeu. Por falar em 1985, foi ano do primeiro Rock in Rio, o melhor. No cinema estreava o clássico De volta pro Futuro, que eu fui. E quem não lembra do clipe de "We are the World" passando no Fantastico? Brincar na rua, jogar Atari, e ouvir só musica boa no radio. Quem viveu tudo isso sabe quanto foi magico aquela década.
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ResponderExcluirOlá Sérgio,
Lembro-me vagamente dessa novela. Nem tenho argumentos para comentar, mas gostei de relembrá-la através de seu ótimo texto.
Concordo que a teledramaturgia perdeu muito com a morte da talentosa e criativa Ivani Ribeiro.
Abraço.
Oi Sérgio!
ResponderExcluirLembro vagamente dessa novela quando passou pela segunda vez no vale a pena seria uma ótima sugestão para o viva reprisar. Christiane e Nuno tiveram mesmo uma excelente química e quanto ao trabalho do Zé sou super suspeita pra falar porque sou fã adoraria vê lo repetir o par com a ótima Deborah em uma novela recente. Ah foi a primeira novela da Deborah né?
Algo a comentar...
ResponderExcluirA Gata Comeu é um clássico da teledramaturgia brasileira.
Uma excelente e divertida comédia romântica que em 160 cap. divertiu o público de todas as idades em meados dos anos 80.
Por vários motivos, considero a melhor novela das seis até hoje exibida. Aliás, é a novela de maior audiência (média geral) do horário das seis, seguida por "Fera Radical", "Mulheres de Areia" de 1993, "Direito de Amar", "Barriga de Aluguel" e "Dona Xepa" respectivamente.
Acredito que, mesmo com muitas situações parecem inverossímeis e as atitudes dos personagens serem ingênuas demais, vistas pelo olhar atual, se fosse reprisada seria mais um vez um sucesso.
Ivani criou uma história cativante repleta de personagens maravilhosos. Ótima trama central com um romance pra lá de movimentado coadjuvado por tramas paralelas bem divertidas, embaladas por uma agradável trilha sonora.
Jô e Fábio formam um dos melhores pares românticos da história das telenovelas.
Bem escrita por Ivani Ribeiro, bem dirigida por Herval Rossano e com ótimas atuações pelo elenco bem descrito nesse post.
"A Gata Comeu" é uma novela que vale a pena ver de novo!
Um grande abraço...
Meu sonho é que o canal VIVA reprise essa novela.
ResponderExcluirBig Beijos
Lulu on the Sky
Amei esse casal de mocinhos e parando pra pensar eu também não sei se exibiriam hoje em dia um dando tapa no outro. A tal família brasileira poderia se sentir ofendida...
ResponderExcluirUm homem e uma mulher se estapeando e num clima de comedia é totalmente diferente de uma filha sentar a mão na cara da mãe como na novelinha das 9 ou o filho dar um tiro e matar o pai na anterior. A Gata Comeu as 6 dava em media 59 pontos, nossa, pensar que essa novelinha das 9 deu 19 anteontem, que decadência hein?
ResponderExcluirEssa novela foi muito boa! O Viva podia reprisar mesmo! Faria sucesso de novo!
ResponderExcluirSergio, gosto quando você nos traz grandes novelas para recordação. Todos sentimos que algumas delas foram adoráveis, enquanto que, atualmente, as novas têm deixado a desejar.
ResponderExcluirPor oportuno, espero que tenha uma iluminada e adocicada Páscoa. Bjs.
Ótima novela, do tempo em que a gente assistia com prazer. As de hoje dão sono, péssimas, nem assisto mais novelas. Tenho ate pena de ver grandes atores pagando mico nas novelas de agora como a Gloria Pires, Cristiane Torloni, etc.
ResponderExcluirIvani Ribeiro era a rainha das novelas. Só fazia novelão por mais simples que fosse a história. Adorava essa!
ResponderExcluirSérgio, A Gata Comeu foi uma delícia e um sucesso. Aliás, essa, Roque Santeiro e a primeira versão de Ti Ti Ti foram o trio de maior sucesso da Globo nos anos 80, com trilhas marcantes, elencos ótimos e repercussão. Pra mim, quem mais se destacou na novela foi Christiane Torloni, seu primeiro papel mais notável até então. E nem lembrava que o José Mayer tinha feito! Mais um sucesso em sua carreira ótima. Ivani Ribeiro é saudosa e arrasou com todos os seus remakes, fizeram mt sucesso.
ResponderExcluirLembro que eu assisti a reprise no Vale a Pena Ver de Novo, mas me lembro de pouca coisa. Como a Ivani Ribeiro era boa! Imagine se ela ainda estivesse aqui, com certeza ela estaria emplacando sucessos e mais sucessos.
ResponderExcluirEu acho Sete Vidas impecável, anonimo. E A Gata Comeu foi sensacional.
ResponderExcluirEu espero que reprise Cambalacho, anonimo (aliás, foi confirmado até segunda ordem). Aquela novela foi ótima e Fernandona e Gianfrancesco fizeram um casal maravilhoso. A Gata Comeu foi uma excelente novela e apesar de considerar Jô uma das melhores personagens da Torloni, fico em dúvida em eleger essa ou a Diná como melhor.
ResponderExcluirÉ verdade, Ana, duas mocinhas maravilhosas e Ivani amava a Torloni. Saudades.
ResponderExcluirPra vc tb, Chica. bjs
ResponderExcluirA Ivani era uma gênia, Felis. Fábrica de sucessos. Espero que vc tenha tido uma ótima Páscoa. abçs
ResponderExcluirQue bom que gostou, Michele. E vou fazer um de Rainha da Sucata sim. A Gata Comeu era simples mais uma delícia de se ver. Até hoje é lembrada com carinho e foi um imenso sucesso.
ResponderExcluirTb acho que poderia ser reprisada de novo, Fernanda. E Sete Vidas é a melhor novela mesmo no ar. Impecável.
ResponderExcluirAs duas foram fenômenos, anonimo.
ResponderExcluirForam muitos produtos, novelas e shows marcantes mesmo, Luiz.
ResponderExcluirTudo bem, Vera. Bjão!
ResponderExcluirA Deborah fez Moinhos de Vento e Meu Destino é pecar antes dessa, Karina. E seria uma ótima opção pro Viva reprisar mesmo. bj
ResponderExcluirPerfeito, F Silva. Concordo com cada palavra do seu comentário, nem tenho o que acrescentar. bjs
ResponderExcluirSeria ótimo, Lulu.
ResponderExcluirGabriella, pode ter certeza que teria gente reclamando e dizendo que é um absurdo colocar "tapas na cara" como algo cômico e que é uma violência e mimimi....
ResponderExcluirNão, não é, anonimo, pq recentemente um menino sequestrou sua namorada e tudo foi tratado de forma cômica, mas teve um bando de gente indignada. Imagine se vissem ele jogando a ex no rio como fez em A Gata Comeu ou estapeando....
ResponderExcluirFaria msm, Denner.
ResponderExcluirQue bom, Marilene! Espero que tenha tido uma boa Páscoa. bj
ResponderExcluirNão dá pra generalizar, Carlos.
ResponderExcluirEu tb, Ulisses.
ResponderExcluirÉ verdade, Alexandra. E essas 3 novelas foram bem emblemáticas mesmo. A Ivani era uma autora com 'a' maiúsculo.
ResponderExcluirEu não tenho dúvidas disso, Ed.
ResponderExcluirsalve os anos 80,tudo dessa década era maravilhoso,tirando as politicagens o resto era nota 1000 !!!
ResponderExcluirsalve os anos 80,the best !!!
ResponderExcluirUm aspecto bastante interessante é o fato das cenas externas serem gravadas no lindo bairro da Urca!!! Nesta época não havia Projac!!
ResponderExcluirA gata comeu é realmente um clássico. Mas chama a atenção como o machismo era forte na época. Tantos casais formados por homens de meia idade com mocinhas de menos de 20 anos, a protagonista de 28 anos ser considerada "velha" pra estar solteira. Como a mulher era menosprezada. Mas mesmo assim vale a pena ver de novo
ResponderExcluirConcordo com tudo. Mas você esqueceu de citar e enaltecer a maravilhosa trilha sonora da novela que era um achado ! Músicas maravilhosas que chocam até hoje.
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