No dia 1º de fevereiro, a estreia de "Mulheres de Areia" completou 22 anos. O remake da saudosa Ivani Ribeiro, com direção de Wolf Maya, foi um imenso sucesso e marcou a carreira de vários atores que participaram da produção. Foram muitos personagens emblemáticos e a história arrebatou o público, da mesma forma como ocorreu em 1974, quando foi exibida a versão original, protagonizada por Eva Wilma. A novela foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" duas vezes: entre novembro de 1996 e abril de 1997, e entre setembro de 2011 e março de 2012.
A trama central abordava a clássica rivalidade de duas irmãs gêmeas, que, embora fisicamente idênticas, tinham personalidades completamente distintas. Glória Pires brilhou absoluta interpretando Ruth e Raquel, em uma época onde os efeitos visuais ainda estavam engatinhando, o que provocava um trabalho ainda maior nas cenas que necessitavam da presença das irmãs juntas. A doce Ruth é uma mulher tímida que volta para a fictícia cidade Pontal D`Areia, após dar aulas para alunos em uma fazenda do interior. Raquel (que tem um caso com o malandro Wanderley - Paulo Betti) é uma mulher ambiciosa e extremamente sedutora que tem como principal objetivo de vida ficar rica sem fazer esforço.
As duas são filhas de Isaura (Laura Cardoso) e Floriano (Sebastião Vasconcellos), humildes pescadores que lutam para ter uma vida digna. A mãe tem uma clara predileção por Raquel, enquanto que o pai se identifica com Ruth.
A mocinha, aliás, se envolve com o poderoso empresário Marcos Assunção (Guilherme Fontes), que se encanta pela professora assim que retorna à cidade litorânea para administrar os negócios da família. Porém, o rapaz vira alvo da irmã má, que se interessa por sua excelente condição de vida.
Raquel inicia um plano para separá-lo da irmã e quem percebe suas reais intenções é o Tonho da Lua (Marcos Frota), homem com deficiência mental que faz lindas esculturas na areia e tem um carinho imenso pela sua fiel amiga Ruth. A vilã o tortura psicologicamente com frequência e várias vezes destrói as estátuas feitas por ele. Aliás, o ator viveu seu melhor personagem na carreira neste remake. Até hoje sua interpretação é lembrada e elogiada. Foi um tipo muito marcante.
Vale lembrar ainda da crueldade que Donato (saudoso Paulo Goulart, que deu um show do início ao fim) fazia com Tonho da Lua. O vilão era padrasto dele e maltratava muito o enteado. Para culminar, o asqueroso homem (que explorava os pescadores da região) ainda assediava sexualmente Glorinha (Gabriela Alves), sua outra enteada --- situação impensada hoje em dia em uma novela das seis, diante do politicamente correto que impera. Paulo teve um desempenho grandioso e este papel foi um dos mais importantes de seu respeitável currículo.
Outro mau caráter que se destacou na história de Ivani Ribeiro foi o Virgílio, pai de Marcos, vice-prefeito e dono do maior hotel da cidade, que sonhava transformar o lugar em uma grande centro turístico. Casado com a submissa Clarita (ótima Susana Vieira), demonstrou interesse por Tônia (Andrea Beltrão) e era um típico galinha. Interpretado magistralmente pelo excepcional Raul Cortez, o personagem não tinha escrúpulos para alcançar seus objetivos. Além de querer manipular a vida do filho, ele ainda protagonizava vários embates com Malu (inspirada Vivianne Pasmanter), sua outra filha, que transbordava rebeldia e culpava o pai pela morte de seu noivo. A garota, inclusive, foi 'domada' pelo vaqueiro rústico Alaor (Humberto Martins), homem por quem se apaixonou, formando um ótimo casal que vivia entre tapas e beijos.
A grande virada da trama se dá quando Raquel se casa com Marcos e depois sofre um acidente de barco, sendo dada como morta. Ruth assume o lugar da irmã para ficar perto do seu grande amor, sem saber que a gêmea perversa não morreu. A vilã volta para se vingar, promovendo uma maravilhosa reviravolta. Glória Pires esteve impecável em todos os momentos: quando vivia a mocinha, quando interpretava a vilã e quando fazia a boazinha fingindo ser a malvada, ou vice-versa. Vale citar também o grandioso desempenho da sempre ótima Laura Cardoso e de Sebastião Vasconcellos, que protagonizaram muitas cenas dramáticas e pesadas.
Além dos talentosos atores mencionados, o elenco ainda contou com Daniel Dantas (o ambientalista Breno), Evandro Mesquita (o gente boa Joel), Nicette Bruno (a perua Juju), Eduardo Moscovis (Tito), Jonas Bloch (Alemão), Irving São Paulo (Zé Luiz), Denise Milfont (Vilma), Thais de Campos (Arlete), Giovanna Gold (Alzira), Henrique Pagnoncelli (César), Carlos Zara (José Pedro), Ricardo Blat (Marujo), Suely Franco (Celina), Serafim Gonzalez (Garnizé) ---- o saudoso ator é quem fazia as esculturas de Tonho da Lua ----, Totia Meirelles (Sônia), Edwin Luisi (Dr. Munhoz), Adriano Reys (Oswaldo), Stepan Nercessian (Delegado Rodrigo), entre outros.
"Mulheres de Areia" foi um remake primoroso e deixou sua marca na teledramaturgia. Ivani Ribeiro conseguiu reunir um elenco de peso e conquistou o público com uma inesquecível novela das seis. A história fez sucesso em todas as vezes que foi exibida e já foi vendida para vários países, repetindo o êxito. Uma novela de alto nível.
Essa novela foi maravilhosa! Uma das melhores novelas das seis. Ivani faz muita falta, só escrevia novelão. Nos deixou muito cedo.
ResponderExcluirAdorei essa novela e quem não lembra do doce Tonho?
ResponderExcluirValeu lembrar! abraços,chica
Ivani era mestra. Glória Pires deu um show e mesmo já tendo brilhado em Vale Tudo, foi com as gêmeas que sua carreira deslanchou. Maroca Frota estava impecável de Tonho e nunca mais teve um bom desempenho. E que saudade do Paulo Goulart. Realmente hoje em dia não teríamos jamais um homem abusando da enteada no horário das seis. Encaretamos.
ResponderExcluirA Ivani era única e até hoje lembro dessa novela que está na minha lista de preferências. Coisa boa lembrá-la aqui. Muito bom, Sérgio.
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ResponderExcluirPermita-me falar um pouco da responsável por esse grande sucesso: Ivani Ribeiro.
A autora mais produtiva da história da teledramaturgia.
Ela teve uma curta passagem pela Tv Globo, e nunca experimentou o fracasso.
Estreou em 1982 com a romântica "Final Feliz", uma delícia de novela e a última trama inédita.
Em 1984 estreou o remake de "Camomila bem-quer": "Amor com Amor se Paga", outro grande sucesso. Ary Fontoura em um grande momento.
1985 "A Gata Comeu", remake de "A Barba Azul", conquistou o público de todas as idades se tornando a maior audiência do horário das seis, até hoje nunca superada.
Em 1986 veio "Hipertensão", mais uma divertida e romântica das sete. Os críticos não gostaram mas foi sucesso entre o público.
Em 1989 "O Terceiro Pecado" se transformou em "O Sexo dos Anjos", essa foi a trama da Ivani que menos fez sucesso, mas também não chegou a ser um fracasso.
1993 tivemos o remake de "Mulheres de Areia", tema desse excelente post. Aplausos unânimes a Glória Pires.
Em 1994, Ivani Ribeiro se despediu do público em grande estilo com o clássico "A Viagem".
Ela fez sua viagem em 1995 com 79 anos quando se preparava para escrever sua 2ª novela inédita na Globo. Deixou a sinopse de "Caminhos do Vento" que foi ao ar em 1996 como "Quem é Você?", que escrita por Solange Neves, infelizmente passou despercebida.
Ivani não nos deixou tão cedo como disseram acima. Ela teve uma extensa carreira deixando um legado de mais 60 novelas, entre rádio e televisão.
E Sérgio, você já notou que todas as protagonistas da Ivani eram sempre mulheres complexas, que jamais foram ofuscadas e que sempre centralizavam a ação das tramas?
Gosto muito quando você faz essas lembranças dos grandes sucessos. As apaixonadas pela teledramaturgia sabe do que estou falando. E Como você escreve tão bem, te convido a nos presentear com um post sobre outras obras da Ivani Ribeiro ou sobre ela. Será bem interessante.
Um grande abraço...
Algo mais a comentar...
ResponderExcluirSérgio, dei uma navegada aqui no "De Olho nos Detalhes" e encontrei o post sobre "A Viagem". Acabei de ler
E realmente é bem interessante como essa novela nunca se desgasta. Aliás, "A Viagem" não é a única. Recentemente, assisti a Cristiane Torlone narrando "A Gata Comeu" no novelão do Vídeo Show, e senti uma enorme vontade de ver novamente a agradável história da Jô Penteado.
Abraços...
Quando o remake foi ao ar eu ainda não havia chegado ao mundo, rs. Mas acompanhei esporadicamente quando foi reprisada no "vale a pena ver de novo" entre 2011/2012. Pelo que pude ver foi uma novela muito boa, com grande elenco e ótimo enredo. Hoje coincidentemente moro em Itanhaém no litoral de São Paulo, onde foi gravado cenas da primeira versão da novela, inclusive a praia tem o nome da novela e tem uma estatua gigante em homenagem! Abçs.
ResponderExcluirAmo Ivani! Adorei que vc já recordou dois sucessos dela: A Viagem e Mulheres de Areia. Relembra A Gata comeu também, Sérgio. E esse remake protagonizado pela Glória foi divino. Como amei ver e rever. O ridículo de tudo é a abertura com uma mulher pelada ter sido exibida sem problemas na época e ter sido censurada quando foi reprisada no Vale a pena ver de novo. O mundo ficou muito mais chato.
ResponderExcluirAte que enfim você escreveu sobre uma novela realmente clássica e relevante. Acho a interpretação da Gloria Pires nessa novela como Raquel uma das melhores da historia da televisão, acho que só perde pra Odete Roitman na minha preferencia. E Ivani Ribeiro coleciona outras maravilhas na globo: Amor com Amor se paga(quem não se lembra do muquirana Nonô Correa?), Final Feliz, Hipertensão, O Sexo dos Anjos e A Viagem. Assisti todas essas, me considero um privilegiado porque as novelas de hoje eu passo longe!
ResponderExcluirQue gostoso relembrar essa novela que foi mesmo um dos clássicos da teledramaturgia. Ivani era uma autora muito competente e lamento ter sido tão jovem enquanto ela estava na ativa. Mas pelo menos pude acompanhar os clássicos A Viagem, A Gata Comeu e Mulheres de Areia nas reprises.
ResponderExcluirFala Sérgio!
ResponderExcluirQuando essa novela passou a primeira vez eu era ainda criança e lembro que gostava da trama, mas para mim ficou marcada mesmo pelos chatos de plantão (e não eram poucos) repetindo: "a Raquel é má, a Rutinha é que é boazinha". Acabei pegando um pouco de birra da novela. E torcia loucamente pra Raquel se dar bem. Depois descobri que não era só pq tinhamos o mesmo nome, porque também adorei a Paola em a Usurpadora. :P
Enfim, grande destaque para Glória Pires que realmente convenceu na pele das duas personagens. Apesar de todos os outros personagens interessantes e atores maravilhosos, o desempenho de Glória era imprencindível para fazer a novela funcionar. Se ela tivesse vacilado, tudo teria ruído muito facilmente.
Quanto aos núcleos paralelos, todos funcionaram muito bem. Minha parte preferida era da Malu com o Alaor. E também gostaria de comentar de que essa foi a primeira (e última) personagem discreta que eu vi Suzana Vieira encarnando. Desde então, ela só encarna mulheres expansivas e/ou Divas... Fale de se repetir. Ela deve ter morrido um pouco por dentro nessa novela. :P
Kkkkk, a "Raquel" acima observou bem, a Suzana Vieira depois que fez a Branca de Por Amor não saiu mais da personagem, ela era uma pessoa "normal" antes. Aliás é incrível como certos atores mudam completamente depois que fazem um personagem de grande repercussão, outro exemplo é o Fagundes que ate hoje não conseguiu perder totalmente aquele jeito de falar do Rei do Gado, e pior que eu gostava tanto dele ANTES dessa novela(chata por sinal). Em O Dono do Mundo ele esta perfeito, mas em todos os trabalhos dele depois de Rei do Gado ele fala com um pouco de sotaque, péssimo!
ResponderExcluirOlá Sérgio,
ResponderExcluirEssa novela foi um grande sucesso e sempre que é reprisada, as pessoas voltam a assistir.
big beijos
Oi Sérgio! Quando o remake foi ao ar pela primeira vez eu tava nascendo rs Mas acompanhei a ultima reprise do inicio ao fim e foi uma novela maravilhosa! Glória Pires magistral como sempre, Marcos Frota sendo devidamente valorizado em seu melhor papel (acho ele um grande ator pouco valorizado), Paulo Goulart provocava repulsa com o seu "Donato" também foi um de seus melhores papéis. Viviane e Humberto marcaram época só não digo que Malu foi o seu melhor papel porque antes ela viveu a megerinha Débora de Felicidade. Pra mim o único que "destoa" é justamente o protagonista sem sal vivido pelo Guilherme Fontes o seu unico bom desempenho foi em A Viagem. Poderia ganhar um novo remake ou ser reprisada no Viva.
ResponderExcluirUma boa novela,de uma de nossas melhores novelistas,com excelentes atuações de Glória Pires, Paulo Goulart, Laura Cardoso.
ResponderExcluirNão assisti essa novela na exibição original Sérgio(era muito pequeno) e nem na reprise porque tinha compromissos no horário.Mas deveria ser boa mesmo porque Glória Pires fazendo as gêmeas deve ter tido um grande desempenho mesmo, adoro ela de vilãs, vide a Maria de Fátima da ótima Vale Tudo e agora em Babilônia ela tem tudo para se destacar vivendo mais uma vilã.É uma grande atriz e dá pena a vendo na reprise O Rei do Gado, sua falsa Marieta foi uma das personagens mais apagadas da carreira dela.E o elenco era ótimo.
ResponderExcluirGlória Pires foi fantástica nesse remake. Um talento admirável. Não me lembro de todos os detalhes dessa novela, mas ela foi, sem dúvida, marcante.
Ótimo texto, Sérgio. Gostei de relembrar esse grande sucesso de Ivani Ribeiro.
Abraço.
Elaine, a novela foi mt boa msm.
ResponderExcluirQuem não lembra, Chica?
ResponderExcluirIvani era gênia, anônimo. Glória deslanchou msm depois dessa novela. E Marcos esteve impecável de Tonho. Foi um novelão! E é fato, hoje em dia uma trama como essa de abuso no horário das seis é impensável. Politicamente correto arruinou isso.
ResponderExcluirObrigado, Arthur!
ResponderExcluirClaro que permito, F Silva. E seu comentário está excelente. Mt bom msm. Ivani era uma autora genial e tinha um merecido prestígio. É verdade, as protagonistas dela eram sempre mulheres complexas. E como emplacou sucessos. Aliás, fenômenos, citando as 3 mais lembradas: A Viagem, Mulheres de Areia e A Gata Comeu. Aliás, escreverei sobre A Gata Comeu. Foi uma novela deliciosa. Que bom que viu meu texto sobre A Viagem. Essa novela não cansa nunca, impressionante. E mt obrigado pelo elogio. Abçs!
ResponderExcluirEssa novela foi boa demais, Kauê! Fez um merecido sucesso e teve um ótimo elenco. Valeu mt a pena acompanhar. abçssss
ResponderExcluirAh, Kauê, nem sabia disso da estátua, que legal!
ResponderExcluirEu tb, Ana. E pode deixar que escreverei sobre A Gata Comeu. Foi excelente tb! Pois é, ridículo terem censurado a abertura quando a novela foi reprisada, sendo que passava sem problemas na época. Impressionante como hj em dia a censura impera disfarçadamente.
ResponderExcluirLuiz Claudio, se isso foi um elogio, eu agradeço. E Glória Pires deu um banho de atuação nessa novela de fato, merecendo todos os elogios na época. A novela foi um sucesso, assim como várias obras da saudosa Ivani.
ResponderExcluirQue bom que gostou, Karen!
ResponderExcluirMas a trama central dessa novela era o clichê rasgado msm das gêmeas boa e má, Raquel. Normal ter esse tipo de classificação. Eu adorei e Glória deu show. Mas todos os núcleos funcionaram mt bem mesmo. Só que eu tinha um ódio mortal da Raquel, sempre quis vê-la se ferrando. Mas a Ruth exagerava na passividade. A Suzana esteve ótima nessa novela msm. Mas ela de Branca em Por Amor foi maravilhoso. bjs
ResponderExcluirMas, anônimo, eu não vi nada de parecido entre Branca e Maria do Carmo, de Senhora do Destino, por exemplo. Aliás, foi a partir dessa personagem que ela se perdeu. Mas voltou a mostrar seu talento em Amor à Vida. O Fagundes eu sempre achei fantástico, mas pra mim ele se perdeu depois do Juvenal Antena, em Duas Caras. Só que voltou a ser o grande ator que é em Amor à Vida tb.
ResponderExcluirVerdade, Lulu. bjs
ResponderExcluirVc é novinha, Karina. rs E concordo, o Guilherme Fontes fez um mocinho mt sem sal msm, fato. Tb acho que seu único grande desempenho foi em A Viagem. Donato era repulsivo e tb adorava o casal Viviane Pasmanter e Humberto Martins. Novela boa! bjs
ResponderExcluirPerfeito, Elvira.
ResponderExcluirFoi uma grande novela, Gustavo, vc ia gostar com certeza. E é verdade, esse papel da Glória em O Rei do Gado foi um dos piores, senão o pior, de sua carreira. Totalmente apagado e ela mesmo detestou. Abçs
ResponderExcluirQue bom que gostou, Vera. E Glória esteve fantástica mesmo. bjssss
ResponderExcluirAlgumas novelas continuam sendo muito interessantes mesmo com a passagem do tempo, realmente vale a pena ver de novo!
ResponderExcluirBom fim de semana Sérgio! :)
Bjs
Essa novela era boa mesmo, Sérgio. Assisti na reprise de 2011 e amei. Aliás, a maioria das novelas antigas que reprisam na Globo são maravilhosas. Achava a Ruth meio tonta e torcia pra Raquel, foi uma das personagens da Glória que eu mais amei. Mas o mocinho dessa novela era um songomongo. E era estranho ver a Susana Vieira submissa. A abertura era muito boa e com essa censura disfarçada que existe hoje em dia era claro que iam suavizar ela. Aquela música é maravilhosa. Pensei que ia odiar O Rei do Gado por que acho novela rural sonolenta, mas estou amando. É fato que a Rafaela é uma das personagens mais apagadas da carreira da Glória Pires. Aliás, nunca pensei que depois de já ter deslanchado na carreira, ela tivesse feito tipo tão insosso.
ResponderExcluir~Ed~
ExcluirMelhor novela de Ivani Ribeiro e a melhor do horário, também o maior sucesso de audiência apresentado pela faixa das seis, embora muitos pensem que é A Gata Comeu, nos moldes atuais do ibope, o método eletrônico, "Mulheres de Areia" possui média de 50 pontos contra os 49 de média de "A Gata Comeu", os 56 propagados pontos de média valiam para o método antigo do ibope, o flagrante, em desuso desde a década de 90. Essa comparação também vale para "Roque Santeiro" e "Tieta", a segunda passa a ter mais audiência que a primeira. Já explicado este "detalhe", consequentemente, "Mulheres de Areia" é a minha novela preferida.
ResponderExcluirÉ verdade, Bia. bjs e boa semana!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFoi uma excelente novela mesmo, Ed. E a Ruth era tonta mesmo, assim como o mocinho. Mas Glória deu um show. A censura disfarçada que impera no país é ridícula. E esse papel da Glória em O Rei do Gado é péssimo.
ResponderExcluirRubem, tudo bem que os métodos os Ibope mudaram, mas ainda assim, como valeu pra época, A Gata Comeu pode ser considerada o maior ibope, mas isso não desmerece em nada Mulheres de Areia que tb foi um fenômeno. Mas entendi o que vc colocou.
ResponderExcluirEspichada por conta da indefinição acerca de sua substituta, Mulheres de Areia padeceu com a “barriga” por um mês. Nada de muito importante aconteceu. Em 1996, a edição do Vale a Pena Ver de Novo resumiu a última semana da novela em três capítulos. Uma boa editada em capítulos de marasmo, como estes últimos, teria sido muito bem-vinda...
ResponderExcluir- Os embates entre os irmãos Zé Luís e César, causados por Raquel, se arrastaram nesta reta final. Irado com as atitudes de César, Zé Luís acabou “se esquecendo” de que ele também não era flor que se cheirasse. Faltou aquela mãozinha na consciência por parte do falso médico; e também algo de mais forte a ponto de separá-los da forma como foram separados.
- Personagens de uma nota só incomodam – e muito! O que dizer da samaritana Arlete, que segurava as pontas sempre que rolava um barraco na casa dos Assunção e buscava uma justificativa para tudo na vida, até mesmo para os momentos em que pagava de trouxa? Boazinha sim, tudo bem. Mas cansativa... Sampaio, no mesmo tom, possuía uma trajetória mais interessante.
- Todo o núcleo do hotel – Vasco, Rozendo, Santiago e Maria Helena – praticamente sumiu nos últimos meses de exivição. Poderiam ter sido melhor aproveitados, com Virgílio prefeito. O mesmo para Andréia, de antagonista a figurante de luxo.
hippers de Malu e Alaor, me perdoem! Mas na fase final o casal preferido de muitos telespectadores de Mulheres de Areia não me despertou o mínimo de interesse. Das divergências causadas pelas diferenças comportamentais e sociais, restou apenas uma implicância chata de ambos os lados, quase inexplicável em razão da evolução dos dois na temporada em que viviam num quarto-e-sala. Estes momentos finais, de Malu na fazenda submetida à rotina imposta por Alaor, só valeram a pena pelas presenças de Celina, um encanto de pessoa, e de Luzia, ordinária ao extremo. Assim como Ruth e Marcos, Malu e Alaor chegaram ao fim de suas trajetórias sem um inimigo à altura ou algo forte o suficiente para tirá-los do lugar comum, da repetição. Não comprometeu. Mas cansou...
Com a chegada de Victor a Pontal d’Areia, Tônia voltou ao que era antes. Sua honestidade saiu seriamente comprometida no momento em que aceitou se casar com Munhoz, mesmo apaixonada pelo primo de Joel. Atitude pouco condizente com quem até ali havia se mostrado tão verdadeira no trato com o médico. Embora mais alinhado com a ideologia de Tônia, Victor não foi um companheiro à altura dela como Munhoz mostrou ser, dividindo as investidas contra Virgílio, ouvindo confidências e demonstrando apoio sempre, como quando a dona do bazar foi obrigada a se deitar com o déspota para pagar o resgate do irmão Reginho – cuja morte doeu fundo, embora fosse imprescindível. Não entendo mesmo a opção das autoras por Tônia e Victor; sim, torci declaradamente por Munhoz! Portanto, a emenda saiu falha como o soneto.
Já o embate político, elementar na trajetória de Virgílio, não teve o mesmo peso que os embates familiares. Num dos últimos capítulos, o vilão comentou com o filho Marcos que preferia jogar contra Raquel, uma adversária mais estimulante do que Ruth. Talvez isso justifique a falta de interesse na trama da disputa pela prefeitura de Pontal: Breno não era um adversário à altura de Virgílio. Há de se entender que o perfil do personagem era justamente esse, o do político pacífico, distante do jogo de interesses que o cargo impunha. Breno, porém, demorou a descobrir o verdadeiro perfil do cunhado, cedeu rápido à chantagem deste e se mostrou apático diante das atrocidades de Virgílio no comando da cidade. Restou o entrecho do espantalho, que era ótimo e justamente por isso merecia um espaço maior.
ResponderExcluirEnquanto com Ruth, disfarçada de Raquel, vivendo ao lado de Marcos, Da Lua foi “esvaziado”. Após um período no sanatório, que serviu para alimentar as desconfianças em torno da “armação” de Ruth, o personagem ficou praticamente restrito à praia de Pontal d’Areia. Regressou ao eixo central com o devaneio – durou pouco, ainda bem – que o fazia querer a morte de Marcos, para se unir a Ruth (no momento em que este romance platônico já parecia definido; afinal foi Da Lua quem fez Ruthinha “feliz” ao colocar a aliança de Raquel no dedo dela). Ainda, a confusão que o fez tomar Alzira (Giovanna Gold, mandou bem!) por Ruth. Nesta fase de pouca importância para a trajetória de Da Lua, vale destacar o final de Marujo (Ricardo Blat, ótimo!), no qual o escultor foi fator determinante. O desespero de Da Lua com a morte do amigo e a euforia ao ver que Marujo havia conseguido matar o tubarão emocionou!
Entretanto, a trama das irmãs se esgota após o retorno de Raquel à mansão dos Assunção. O capítulo em que Ruth bate na malvada após descobrir as intenções desta de mandá-la para a cadeira, foi o ápice do embate entre as duas; possuiu um efeito de “último capítulo”. Os capítulos restantes foram preenchidos com um exagerado pudor de Ruth, que se recusa a continuar namorando com Marcos enquanto este permanecer casado com Raquel. Logo Ruth, que enfrentou o mar, o sogro e a justiça para estar ao lado do amado e que havia acabado de constatar o mau-caratismo da irmã – ainda caiu na esparrela armada pela vilã, que dopou Marcos e o “levou” para a cama. A credulidade de Ruth não tinha mais razão de existir. E a própria Raquel já não tinha mais nada a fazer contra o casal protagonista.