A atual fase da "Malhação", que apresenta 'conectados' como subtítulo (e a primeira crítica sobre a temporada você pode ler aqui), enfrenta a pior crise de audiência da sua história. Vem marcando em torno dos 15 pontos e em dias considerados produtivos chega a atingir 18 na média geral. Índices críticos.
Para melhorar esses dados preocupantes várias mudanças no enredo original foram feitas. O telespectador que estava acompanhando com interesse a trama envolvendo a paranormalidade do protagonista (Gabriel - Caio Paduan) --- além dos mistérios envolvendo o número 1046 --- ficou a ver navios. Após ouvirem os grupos de pesquisa da emissora, constaram que essa temática ousada foi rejeitada e seria a causa principal da queda brusca de audiência. Resultado: parte do tema foi solucionado com mais rapidez e o restante dos possíveis mistérios foi jogado para debaixo do tapete. Agora optaram pela volta da mesmice. Os eternos triângulos amorosos e conflitos mais bobildos começaram a ter mais ênfase. Pela busca de um ibope maior a qualidade e a inovação foram deixadas de lado.
Após uma temporada de muito sucesso (cuja crítica você pode ler aqui), a novelinha adolescente não está vivendo bons momentos. O que acaba fazendo voltar à tona o eterno debate sobre o desgaste de "Malhação". Está mais do que na hora de acabar? É um caso perdido? Há controvérsias.
Na verdade, o seriado que estreou em 1995 e tinha uma academia como cenário principal (daí o título) ainda tem uma boa legião de fãs. E o desgaste pode ser contestado, uma vez que o público sempre se renova. Afinal, as crianças de hoje serão os adolescentes de amanhã e, obviamente, nunca viram "Malhação" na vida.
O principal erro que vem acompanhando várias temporadas é a falta de ousadia. As situações são sempre iguais e mesmo que haja um rodízio de autores a cada nova fase que se inicia, não há inovações. Emanuel Jacobina, que comandou a fase passada e de grande êxito, nos apresentou várias temáticas interessantes e a história era ágil. Mas ele é uma exceção.
Outro grande equívoco é a insistência em manter o título. "Malhação" não cabe mais dentro das situações que envolvem os personagens há anos. Desde que a academia foi extinta que deveriam tê-lo abolido. Agora essa mudança se faz cada vez mais necessária, uma vez que um novo nome e uma nova forma de abordagem do universo adolescente poderiam conquistar novos telespectadores, além de não afastar os que ainda acompanham o seriado.
Esse pode ter sido o principal motivo para a rejeição da atual temporada. Como houve uma mudança drástica na história com a inserção de temas sobrenaturais e pouco destaque para os romances, acabou afastando o público cativo e não atraindo possíveis novos telespectadores pelo preconceito causado através do velho e ultrapassado título "Malhação".
Não sou a favor do encerramento da novelinha adolescente porque mesmo com os problemas ela ainda revela bons atores e também por um simples motivo: o que colocariam no lugar e que tivesse a obrigatoriedade de ter no máximo 25 minutos e não ser impróprio para o horário? Um enlatado americano? Desenhos? Mais uma série de humor? Difícil. Se os responsáveis perderem o medo de mudar a velha fórmula que acompanha "Malhação" há anos e oferecerem aos adolescentes um universo novo, o retorno na audiência será uma questão de tempo. A prova de que isso é possível pode ser vista no excelente filme "As melhores coisas do mundo" de Laís Bodanzky, onde há um imenso grau de veracidade nos conflitos que os jovens enfrentam no dia a dia. Talvez a solução para que novos ares surjam no horário das 17h45m esteja mais perto do que se imagina.
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Atual temporada de Malhação não trata adolescente como idiota
Infelizmente, está difícil da Globo recuperar "Malahção". Esta foi a fase que a novelinha mais mudou, ficou diferente do que era. Quem pedia novidades não aderiu a ideia. Estranho isso...
ResponderExcluirLucas - www.cascudeando.zip.net
Pois é, Lucas. Pediram tanto uma inovação que quando fizeram houve rejeição. Abraço.
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