domingo, 1 de maio de 2011

Macho Man : impossível não se divertir

Alexandre Machado e Fernanda Young, além de um casal,também formam uma parceria de sucesso. Ambos têm várias séries sensacionais e que nunca decepcionaram. A principal delas,claro,não poderia ser outra: "Os Normais". Até hoje todos sentem falta do Rui e da Vani. Luis Fernando Guimarães e Fernanda Torres nos divertiram por muitos anos e não chegaram a nos cansar em nenhum momento.

Também tivemos: "Os Aspones", "Minha Nada Mole Vida", Super Sincero (extinto quadro do Fantástico), "Separação?!" (que foi ao ar em 2010) e "O Sistema". Este último muito ousado e que não fez sucesso,infelizmente. Todos esses seriados foram excepcionais e não tenho receio algum em dizer isso. Ainda considero "Os Aspones" como a série mais hilária dessa dupla, mas acabou não rendendo os números de audiência que a Globo esperava e acabou antes do previsto. Pena.

Indo para o assunto que interessa, "Macho Man" é mais uma série excelente dessa dupla extremamente criativa. A história de um ex-gay, que tenta se adaptar ao mundo hétero, poderia ficar patética ou até mesmo sem graça. Mas foi exatamente ao contrário. Com o humor ácido de sempre, característico dos autores,a série vai se desenvolvendo de uma forma hilária e provocativa.Jorge Fernando (Nelson) está simplesmente impagável como o cabeleireiro que vive pedindo dicas para se tornar um garanhão e "pegar geral". Quem dá essas preciosas dicas a ele? Sua melhor amiga, uma ex-gorda, que trabalha no mesmo salão que ele e é interpretada magistralmente pela Marisa Orth (Valéria).

O elenco não é grande. Além dessas duas figuras, também temos uma secretária engraçadíssima, que tenta ser aceita pela sociedade utilizando métodos, digamos, não muito convencionais. Quem a interpreta é Natalia Klein (Nikita). Ótima atriz e com um perfeito "timing" pra comédia.Roney Facchini (Fréderic) dá vida ao dono do salão que sempre se intromete nas conversas alheias, concluindo que estão falando mal dele. Também rende bons momentos. Por fim, temos Luanna Jimenes (Tifany) que faz uma assistente invejosa e a hilária Rita Elmor (Venetta), interpretando uma mulher alienada (e chapada) que vive lavando o cabelo no salão.

Com uma combinação dessas, somado ao texto sempre atual e ácido de Fernanda Young e Alexandre Machado, nada poderia dar errado. Vemos mais um seriado que diverte e ao mesmo tempo faz pensar em relação aos diversos preconceitos, ainda tão presentes na nossa sociedade. Uma lástima que esse ótimo programa não irá durar durante o ano todo. Nos resta,então,aproveitar ao máximo essa temporada (e provavelmente única), admirando o talento do elenco e de todos os envolvidos nessa já vitoriosa produção.

Um comentário:

  1. A obra de Young e Machado serviu para mostrar, a partir de um humor ácido, o quanto esses rituais e estilo de vida heterossexual são ridículos.

    Uma critica às avessas? Talvez, até porque, para fazer esse humorismo, os autores traçam um homossexual no estilo cabeleireiro, afeminado e fútil.

    "Macho Man" revela também outra questão:

    O quão engessada está ficando a discussão da representação de identidades?
    A verdade é que, assim como não temos notícias de "ex-heterossexuais", também não temos notícias de "ex-homo afetivos".

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